Em nota, Alckmin rebate denúncias envolvendo acupunturista

O pré-candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, negou nesta segunda-feira, em nota à imprensa, que o governo de São Paulo tenha pago ao médico acupunturista Jou Eel Jia para ministrar cursos. A nota diz ainda que a sociedade entre Thomaz, filho de Alckmin, e Suellen, filha de Jou, nada tem que ver com o convênio.

"O governo do Estado nunca pagou um só centavo ao médico acupunturista Jou Eel Jia para que ele ministrasse cursos mediante convênios com a Secretaria de Educação", afirma o texto.

Leia abaixo a íntegra da nota:

"Com respeito à matéria "Filho de Alckmin é sócio da filha do Dr. Jou" - publicada na edição de hoje de O Globo, é necessário esclarecer o seguinte:

1) De maneira maldosa, a matéria tenta vincular a sociedade entre o filho do ex-governador Geraldo Alckmin e a filha do médico Jou Eel Jia, com os convênios estabelecidos entre a Secretaria da Educação com a Associação de Medicina Tradicional Chinesa do Brasil - AMC, presidida pelo médico-acumpunturista. Não há qualquer relação entre os dois fatos. A sociedade entre os filhos (JT, Comécio e Distribuição de Produtos Naturais) foi estabelecida em agosto de 2004 e os convênios, em 2003.

2) O Governo do Estado nunca pagou um só centavo ao Dr. Jou para que ele ministrasse os cursos de Lien Ch`i e Meditação, previstos nos convênios, que já capacitaram mais de 29 mil professores da rede escolar paulista. Todo o trabalho feito pelo Dr. Jou tem sido voluntário e gratuito, sendo que ele já arcou inclusive com os custos de mais de 30 viagens, dele e de sua equipe, ao interior do Estado para dar seus cursos.

3) A relação entre o Estado e a Associação de Medicina Tradicional Chinesa do Brasil é feita de forma tão transparente, que as "denuncias" feitas por deputados oposicionistas ao Ministério Público esão baseadas em dados constantes do Relatório de Atividades da Secretaria da Educação, enviado à Assembléia Legislativa e publicado no Diário Oficial de 18/3/06.

4) O valor de RS 1 milhão e 44 mil, constante desse relatório como despesas para capacitação de professores, nas técnicas de Lien Ch`i e meditação, refere-se ao pagamento de diárias e transportes para 29 mil professores, treinados em Lien Ch´i em diversos cursos ministrados pelo Dr. Jou em várias cidades do Estado . O valor das diárias variam conforme a distância da cidade do professor até o local do evento. Em 2005, a Secretaria da Educação pagou R$ 98 milhões para que milhares de outros professores participassem de cursos de capacitação dados em 75 projetos desenvolvidos pelo governo estadual.

5) Entre os 29 mil professores capacitados em Lien Ch´i, apenas 864 - considerados "professores multiplicadores" fizeram seus cursos no Spa Ch´an Tao, do qual o Dr. Jou é sócio e responsável, pela administração. A escolha do Spa foi feita pelos próprios professores - por duas razões:

- O ambiente era o mais apropriado para o curso, por ser tranqüilo, cercado de matas, sem televisão, acesso a celular ou internet.

- As diárias eram mais baratas. Em outros hotéis do mesmo nível que a secretaria usa para diversos cursos de capacitação (Águas de Lindóia, Serra Negra etc) as diárias vão de 110 a 140 reais. No Spa, foi feito um preço especial: R$ 70, incluindo refeições.

6) A JT não fornece material para chás para o Spa. Lá são usadas plantas produzidas na própria fazenda Ch´an Tao (camomila, erva cidreira, hortelã etc).

7) Os pagamentos não foram feitos por cartões cooperativos, pois a Secretaria não usa esta forma de pagamento. O dinheiro é depositado na conta do professor para ele cobrir gastos de transportes, hospedagem e refeições. Alguns professores que moram na Grande SP preferiram ir dormir em casa

8) Os cursos de Lien Ch´i e meditação fazem parte de um programa chamado "Saúde começa na educação" e trabalha as questões de saúde corporal, equilíbrio mental e meio-ambiente.

9) Graças a este e outros programas a Secretaria tem conseguido reduzir a violência pessoal (brigas e até mortes entre alunos e agressões a professores) e também o vandalismo (quebras de carteiras, pichações etc)

- No caso da violência pessoal, em 2003 o total de casos foi 10.901. Houve redução de 25,4% , de 2003 a 2004 e mais 18.9%, de 2004 para 2005, quando foram registrados 6.596 casos.

- A violência patrimonial (vandalismo) caiu 15,6% (2003/04) e 25.9% (2004/05). Em 2003 foram 12.223 casos e em 2005, 7.650

10) A revista Ch´an Tao, citada na referida matéria como "custeada por órgãos públicos", tem anúncios de empresas privadas e pertence à Associação de Medicina Tradicional Chinesa do Brasil, que é uma sociedade sem fins lucrativos, criada em 1990."