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Além da saia-justa que a ex-governadora Emília Belinati (DEM, ex-PFL) pode colocar o partido ao ingressar no governo Roberto Requião (PMDB), a própria presença de uma ex-pefelista em um cargo da prefeitura é vista com incômodo dentro do diretório municipal do partido Democratas.

Nesta semana, o deputado estadual Osmar Bertoldi assumiu o diretório curitibano do DEM, lançou-se pré-candidato a prefeito de Curitiba e anunciou que não quer membros do diretório municipal em cargos na prefeitura. O cargo ocupado pelo democrata José Lupion Neto, que assumiu o Instituto Curitiba de Saúde (e nomeou Emília), é visto como uma indicação pessoal do presidente estadual do DEM, o deputado federal Abelardo Lupion, e não do diretório municipal.

"O diretório municipal dos democratas não tem membros na prefeitura. Nas últimas eleições para prefeito, em 2004, fui candidato e o PSDB teve o seu, que foi o Beto Richa. Queremos fortalecer a nossa chapa para vereadores na capital e formar uma nova geração. Por isso a importância de termos candidato", afirmou Bertoldi, lembrando que o DEM está buscando novas coligações em Curitiba.

O prefeito Beto Richa disse que o afastamento do partido Democratas em uma possível coligação na campanha de 2008 é prejudicial. "Acho que os partidos com afinidade nas últimas eleições deveriam permanecer juntos", afirmou. Ele, no entanto, não censurou a atitude de Bertoldi e entende que a decisão não afetará o comportamento dos vereadores do DEM na Câmara Municipal.

Os dois vereadores democratas na Câmara de Curitiba garantem que continuarão na base de apoio do prefeito Beto Richa, mesmo com a determinação do partido de não participar da gestão municipal. Sabino Pícolo diz que concorda com a determinação nacional de lançar candidatura própria nos municípios em 2008. "É uma determinação para que o partido consiga uma identidade própria", diz Pícolo. Geraldo Bobato afirma que não participar do governo municipal não significa que os dois vão se afastar da base do prefeito na Câmara.

Mas a nova postura do diretório municipal do DEM na capital não tem unanimidade dentro do partido. "Sou favorável que tenhamos candidatos próprios a prefeito", disse o deputado estadual e presidente da Assembléia Legislativa, Nélson Justus (DEM). Ele questiona, no entanto, a não-participação de democratas na prefeitura de Curitiba. "A saída de funcionários comissionados deve ser uma decisão do prefeito Beto Richa. Há um bom relacionamento entre o PSDB e o DEM e, até que estejamos em campanha ou que haja uma definição de candidaturas, não vejo necessidade de afastamentos."

Já Bertoldi não vê a situação tão simples assim e prefere manter o afastamento, inclusive nas decisões dentro do próprio DEM. Para ele, o que é discutido em relação ao estado, nos demais municípios, não pode ser levado em conta para Curitiba. "As decisões do diretório de Curitiba passam exclusivamente pela eleição em Curitiba. Já o que o diretório estadual vai fazer é independente do que vamos fazer na capital."

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