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O empresário Humberto Costa Pinto prestou depoi­mento espontâneo à Comissão Nacional da Ver­dade na tarde de ontem para denunciar o enriquecimento ilícito de militares e pessoas ligadas à ditadura militar brasileira. Ele contou que, em 1982, sua empresa S.A. Costa Pinto, que atua no ramo açucareiro, teve o contrato com o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) rescindido unilateralmente. A empresa, que vendia açúcar para o IAA, foi substituída pela empresa Mapa, que era comandada por pessoas ligadas ao governo.

De acordo com Costa Pinto, a rescisão do contrato foi possível por meio de "uma suposta dívida, que jamais existiu, combinada com o Banco de Comércio e Indústria de São Paulo [que não existe mais]". O banco "iniciou uma cobrança indevida, em conluio com a administração do IAA, com fim específico e claro de cancelar o contrato de quatro anos [conosco], já que no momento que o Instituto assinou o contrato com a Mapa, não havia condições físicas de atender aos dois contratos".

O advogado José Neves Filho, que acompanhou o depoimento do empresário, ressaltou que o contrato com a Costa Pinto "era muito benéfico para a União e para o próprio IAA, mas o novo contrato, ao contrário, era maléfico para ambos", possuía "cláusulas altamente duvidosas", além de causar "prejuízos para a União".

Na época, o IAA era con­­trolado pelo coronel Confúcio Pamplona, que substituiu um especialista civil e, em seguida, mudou o contrato. A mudança foi alvo de uma CPI e de um parecer da Procuradoria da República.

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