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Brasília (Folhapress) – O empresário Ronan Maria Pinto, acusado de participar de um esquema de corrupção em Santo André envolvendo recolhimento de recursos de empresas de ônibus para um suposto caixa 2 do PT, procurou se distanciar, em depoimento à CPI dos Bingos, de Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, considerado pelos promotores como mandante da morte do prefeito Celso Daniel em 2002.

Já o ex-secretário de Serviços Urbanos da prefeitura Klinger de Oliveira Souza, que também depôs à CPI, confirmou ter havido "pressão", vinda "de amigos de Celso Daniel", nas investigações da polícia para que não "politizasse" o caso. Mas tentou desclassificar a denúncia de cobrança de propina, dizendo que os proprietários da empresa que fizeram a denúncia protelavam o cumprimento de cláusulas contratuais e tinham como "lobista" João Francisco, irmão do prefeito.

Tanto Ronan como Klinger negaram esquema de propina na prefeitura.

Ronan, além de negar ter pago propina à prefeitura, também disse nunca ter feito doação a campanhas políticas nem ter sido procurado para isso. Sérgio e Ronan foram sócios em pelo menos três empresas de ônibus, além de compartilharem propriedades imobiliárias em Santo André.

Ontem o empresário afirmou que não era amigo pessoal de Sérgio, mas mantinha com ele apenas vínculos formais por causa dos negócios em comum. Mas se contradisse. Instado a falar sobre seu relacionamento com Sérgio, afirmou que "começou com uma amizade e se transformou em uma ligação comercial".

Questionado sobre depósitos de Luiz Alberto Gabrilli, dono de empresa de ônibus em Santo André, na conta de Sérgio, Ronan disse não saber do que se tratava. Foi a família Gabrilli quem denunciou a suposta existência de um esquema de propina envolvendo empresas de ônibus na cidade. De acordo com a denúncia, cada empresa contribuía com cerca de R$ 550 por veículo. Parte do dinheiro era depositada na conta de Sérgio.

Pressão

Em seu depoimento, Klinger por mais de uma vez tentou desqualificar a denúncia dos Gabrilli, dizendo ter sido por "desespero" porque a prefeitura estava exigindo o cumprimento do contrato. Ao contrário de Ronan, Klinger disse ser amigo de Sérgio Gomes da Silva e do prefeito Celso Daniel. Ao ser questionado se tinha brigado com Celso Daniel dias antes de sua morte, Klinger disse que vivia "verdadeira lua-de-mel" com o prefeito.

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