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Levantamento da consultoria Economática, feito a pedido do G1, indica que as três empresas aéreas brasileiras com ações em bolsa (Gol, Varig e TAM) valiam juntas R$ 24,5 bilhões antes da crise aérea. Hoje, de acordo com a Economática, esse valor caiu para R$ 16,8 bilhões, uma perda de cerca de 30%.

Essa queda se deve à mudança nas expectativas para o setor desde o acidente com o vôo 1907 da Gol, em setembro do ano passado, que interrompeu um dos melhores momentos vividos pelas essas empresas. Até aquele mês, o cenário era de surgimento de novas empresas, aumento no número de passageiros transportados e aumento nos investimentos.

Nos últimos 12 meses, foram dois acidentes graves, envolvendo as duas maiores empresas do país, além da crise dos controladores aéreos, que deixou milhares de brasileiros presos nos aeroportos e frustrou as viagens de férias de muitas famílias.

Ações

No dia do acidente da Gol, as ações eram negociadas a R$ 75. Um ano depois, os papéis valem cerca de R$ 45, uma queda de 40% desde o acidente.

Movimento semelhante aconteceu com as ações da TAM. Nesses 12 meses, os papéis da empresa caíram de R$ 68,80 para cerca de R$ 49,10 no mesmo período, uma queda de cerca de 30% no período.

"Esse problema do apagão aéreo veio à tona depois do acidente da Gol. Isso contribuiu para que os preços das passagens aéreas caíssem em razão da demanda fraca. E os resultados para as empresas foram bem negativos", diz o especialista Daniel Doll Lemos, da corretora Socopa.

De acordo com Lemos, houve um desequilíbrio entre o crescimento na oferta de vôos no mercado nacional e a procura por parte dos passageiros.

Essa diferença pode ser observada nos dados divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Nos oito primeiros meses de 2007, houve uma expansão de 10% no número de passageiros e um aumento de quase 16% na oferta de assentos.

Frota menor

Essa diferença levou as empresas a reduzir os investimentos para ampliação de frotas. A TAM, por exemplo, que pretendia aumentar a frota de médio porte (aviões utilizados principalmente nas rotas nacionais) em 16 aeronaves em 2008, reduziu esse número para 11 aviões. A Gol também modificou sua previsão de novos aviões para o período 2007-2009 e terá 8 aeronaves a menos.

Ambas justificaram a mudança com base na necessidade de adaptar os investimentos à procura por parte dos passageiros.

A avaliação dos especialistas no setor é que o pior já passou. Mesmo assim, as ações das empresas aéreas ainda vão demorar para voltar aos níveis registrados antes do acidente da Gol.

"Tudo o que aconteceu de ruim já está no preço dos papéis, e agora pode começar uma nova fase para o setor. O pior já passou", diz Lemos. "Mas vai demorar um pouco até as pessoas começarem a voar de maneira mais freqüente novamente."

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