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O repórter Roberto Cabrini, que na madrugada desta quinta-feira teria feito uma entrevista com o preso Marcos Camacho, o Marcola, declarou que chegou ao bandido depois que membros do grupo que estão em liberdade e que integram a cúpula da organização criminosa comandada por Marcola decidiram permitir a aproximação.

- Foram reuniões feitas pelo celular. Pudemos observar como os responsáveis pelas principais decisões colocam os temas em discussão. Finalmente, esta cúpula concordou em nos colocar em contato com a principal liderança - disse. - Durante a noite de quarta-feira eles nos deram acesso ao Marcola, cuja voz foi reconhecida por pessoas ligadas a ele, inclusive por seus advogados.

Cabrini disse que os aliados de Marcola evitam citar o seu nome ao telefone, referindo-se a ele como "M1".

O jornalista abriu a reportagem fazendo um perfil de Marcola, lembrando que ele foi condenado a 30 anos de prisão por assalto a banco e cumpriu 20. O criminoso contou como foi tomada a decisão de deflagrar uma onda de ataques a São Paulo.

- A gente está procurando um meio de resolver a situação que a gente precisou, mas eles não estão querendo, estão agindo de forma brutal, estão assassinando também, estão matando, e estão declarando uma guerra, esquecendo que estão deixando a cidade à mercê. A gente está preparado para muito mais - disse a voz que seria de Marcola.

Depois da veiculação da entrevista, a primeira reação da Secretaria de Administração Penitenciária foi afirmar, por meio de sua assessoria de imprensa, que a TV Bandeirantes deveria provar que a entrevista era verdadeira. Mais tarde, divulgou nota na qual afirma que a entrevista seria falsa.

Cabrini afirmou que o objetivo da entrevista foi ouvir o homem que comanda a organização criminosa responsável pelos acontecimentos dos últimos dias.

- Até o governador Cláudio Lembo disse que era importante. Tão importante que a sociedade também deve ter este direito - afirmou Cabrini.

A Secretaria de Segurança Pública abriu inquérito para apurar a veiculação da entrevista. O governador Claudio Lembo afirmou que Marcola está incomunicável e que o governo de São Paulo irá à Justiça pedir esclarecimento à TV Bandeirantes. Segundo o governador, o secretário de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, negou a ele que o detento tenha conseguido falar por celular.

- Claro que ele está incomunicável. Vamos ao Poder Judiciário pedir esclarecimento - afirmou Lembo.

O diretor do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), delegado Godofredo Bittencourt, disse que ficou surpreso com a reportagem da TV Bandeirantes.

- Ficamos surpresos, mas sabe Deus, tudo vem acontecendo. O normal não é para ter acontecido isso, mas normal também não era vender meu depoimento - afirmou.

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