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São Paulo (Folhapress) – O mercado financeiro deverá abrir mais calmo amanhã, após as explicações dadas ontem pelo ministro da Fazenda Antônio Palocci, a respeito das acusações do advogado Rogério Tadeu Buratti, segundo analistas. A afirmação do ministro de que continua no governo e que a política econômica não muda mesmo em caso de sua saída, é o que os investidores estarão considerando hoje na abertura dos negócios.

"A entrevista do ministro deve repercutir positivamente no mercado. Ele foi contundente, exibiu sinceridade tanto com relação ao episódio (da denúncia) como na análise que fez da solidez macroeconômica", diz Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco.

Na última sexta-feira, Buratti afirmou a promotores do Ministério Público do Estado de São Paulo que Palocci, quando ainda era prefeito de Ribeirão Preto, recebia R$ 50 mil por mês de empresa de lixo em troca de favorecimento em licitação.

Em conseqüência da denúncia, a Bolsa caiu e o dólar, os juros no mercado futuro e o risco Brasil subiram.

Para Emanuel Carlos da Silva, sócio da GAP Asset Management, na sexta-feira, houve um rompante de medo no mercado, o que fez subir o chamado "prêmio de risco" exigido pelos investidores para comprar ativos brasileiros. "Mas, se nada de novo ocorrer, o mercado deverá abrir em um patamar acima do fechamento de sexta e ir melhorando ao longo da semana.

Os fundamentos da economia estão bons: a trajetória de inflação está sob controle, a balança comercial registra superávit de mais de US$ 40 bilhões e o fluxo de capital internacional é confortável", diz Silva.

Barros, do Bradesco, também destaca a solidez da economia para enfrentar a crise política atual. "Estamos bem preparados, a própria reação do mercado, nos últimos meses, mostra que não se fazem mais estresses como antigamente", comenta.

Juros

O receio do mercado, segundo Silva, é o de uma eventual troca de ministro da Fazenda resultar em mudança da política econômica. "Mas se sair o Palocci, entra o Murilo Portugal (secretário-executivo da Fazenda) e a política não muda", diz Silva.

Já o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, apesar de considerar "positiva, firme, serena e responsável" a entrevista de Palocci, diz que até espera que ocorram algumas mudanças na política econômica. "Espero que os juros caiam e que haja um choque de gestão para reduzir o gasto público."

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