Fazenda de Abib Miguel, em Goiás: valor da propriedade pode chegar a R$ 100 milhões| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Veja que dinheiro da Assembleia foi desviado para fazenda ex-diretor-geral da Casa Abib Miguel

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Mais 5 dias: Prisão prorrogada

A Justiça prorrogou ontem a prisão temporária dos três ex-diretores da Assembleia Legislativa: Abib Miguel (Diretoria-Geral), José Ary Nassiff (Administrativa) e Cláudio Marques da Silva (Pessoal), e de João Leal de Mattos, funcionário da Casa lotado na Diretoria-Geral. Os quatro ficarão presos por mais cinco dias.

No fim de semana, eles e outras seis pessoas foram detidas numa operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) sob acusação de formação de quadrilha para lavar e desviar dinheiro público e falsificar documentos. Apenas Mattos e os três ex-diretores permanecerão na cadeia, os demais já foram soltos, mas podem ser intimados novamente para prestar depoimento. A prorrogação da prisão foi um pedido do Ministério Público. O coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, disse ontem que a liberação dos ex-diretores e de Mattos poderia atrapalhar as investigações.

Karlos Kohlbach

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Parte do dinheiro desviado da Assembleia Legislativa do Paraná foi para uma conta bancária da fazenda do ex-diretor-geral da Casa Abib Miguel, mais conhecido como Bi­­binho, de acordo com o Ministério Público estadual. O órgão informou ontem ter encontrado provas da fraude. Os recursos desviados – o total ainda não foi calculado – seriam referentes a salários depositados nas contas bancárias de parentes do funcionário legislativo João Leal de Mattos. "Temos provas que indicam a apropriação de uma parcela do dinheiro dos casos investigados para o Bibinho. Isso evidencia o crime de peculato", disse o promotor Leonir Batisti, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Os documentos que comprovariam o desvio de dinheiro foram apreendidos na casa de Abib Miguel durante a operação Ectoplasma 1 do Gaeco. No sábado, policiais prenderam além de Abib Miguel e João Leal de Mattos, os ex-diretores José Ary Nassiff (Administrativo), Cláudio Marques da Silva (Pessoal) e outras seis familiares de Mattos. Todos foram acusados de formação de quadrilha para lavar dinheiro, falsificação de documentos e desvio de dinheiro público. Os ex-diretores e Leal Mattos tiveram a prisão prorrogada por mais cinco dias ontem.

A propriedade de 7 mil hectares – que leva o nome de Izabel, uma das filhas do ex-diretor – fica em São João D’Aliança, em Goiás. A fazenda é apontada como uma das maiores produtoras de soja da região. Só a terra está avaliada em cerca de R$ 50 milhões. Como a área tem um moderno sistema de irrigação e até um hangar para aviões, a propriedade pode valer até R$ 100 milhões, segundo analistas do setor agrícola.

A fraude supostamente montada na Assembleia começou a ser desvendada depois que a cunhada de Mattos, Nair Terezinha da Silva Schibicheski, e a sogra dele, Maria José da Silva, disseram aos promotores de Justiça que forneceram documentos pessoais ao servidor do Legislativo estadual em troca de R$ 150 por mês. Os documentos teriam sido utilizados para contratá-las em cargos comissionados na Assembleia. A quantia de R$ 150, segundo Nair e Maria José, seria "um presente de Abib Miguel". Elas afirmaram aos promotores que não sabiam o volume de dinheiro que foi movimentado na conta bancária em nome delas.

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João Leal de Mattos era a ligação entre os parentes dele e Bibinho. Na casa de Mattos, os promotores do Gaeco apreenderam diversos cartões bancários. A suspeita é que ele usava os cartões para sacar os salários que eram depositados pela Assembleia na conta de familiares. Uma fonte do MP disse à reportagem que só na conta das agricultoras Jermina e Vanilda Leal, irmã e sobrinha de João, foram depositados R$ 6 milhões – em valores atualizados.

A investigação identificou o envolvimento de seis parentes de Mattos. Os promotores estimam que a fraude tenha desviado R$ 20 milhões dos cofres da Assembleia. O rombo pode ser ainda maior.

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.

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