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Veja que deputados evitaram falar no plenário sobre as prisões de três ex-diretores da Assembleia

Em uma reunião fechada ontem de manhã com cerca de 30 deputados estaduais, o presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), pressionou e foi pressionado. Segundo parlamentares que participaram do encontro, Justus estava abatido por causa das prisões dos três diretores afastados da Casa, e chegou a pedir a união dos deputados pela manutenção da Mesa Diretora. Mas o presidente também ouviu pedidos de parlamentares para que renunciasse ao cargo. "Ele falou sim em união para defender a Assembleia", comentou o deputado Nereu Moura (DEM).

O principal assunto da reunião foi a exoneração dos funcionários em cargos de confiança. O presidente teria explicado como será feita a nomeação, a partir de maio, dos servidores. Desde que não ultrapassem os limites estipulados pela nova lei de cargos da Assembleia, que é de 23 servidores por gabinete parlamentar e dos valores máximos de gastos com salário para cada unidade administrativa, os deputados terão direito a indicar quem são os funcionários que consideram essenciais para a atividade parlamentar e recontratá-los.

Na saída da reunião, a maioria dos deputados optou por usar um elevador privativo com acesso direto para uma sala da presidência, evitando assim passar pelos jornalistas. Nos bastidores comentava-se que Justus estaria apreensivo "diante das incertezas sobre o futuro".

Clima tenso

Justus também enfrentou a irritação dos deputados pela não divulgação do relatório da comissão interna de investigação, entregue na sexta-feira. Alguns parlamentares ouvidos pela reportagem alegaram que não sabiam da decisão e que também não tiveram acesso ao documento com a conclusão dos trabalhos.

À tarde, Justus não foi ao plenário e a sessão da Assembleia foi presidida pelo vice, Antônio Anibelli (PMDB). As prisões dos ex-diretores não foram comentadas em plenário. O único deputado que se pronunciou sobre o caso foi Tadeu Veneri (PT). O petista ainda destacou que os resultados da comissão interna de investigação deveriam ser amplamente divulgados, como uma "forma de prestação pública de contas das medidas tomadas" pela Casa.

Algumas bancadas, como a do PT e do PMDB, já anunciaram que vão se reunir para discutir a posição a ser adotada pelos partidos diante do escândalo que envolve a Assembleia. Até o momento, apenas a bancada do PPS se manifestou publicamente, pedindo que os integrantes da Mesa Diretora se afastem dos cargos. O PV e o PCdoB também se posicionaram a favor do afastamento do alto comando da Assembleia.

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.

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