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Nelson Justus: mais partidos podem aderir hoje ao coro que pede a  saída do deputado do cargo de presidente da Assembleia paranaense | Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo
Nelson Justus: mais partidos podem aderir hoje ao coro que pede a saída do deputado do cargo de presidente da Assembleia paranaense| Foto: Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo

Mais pressão

Bancadas debatem posicionamento hoje

Pelo menos três bancadas têm reuniões agendadas para discutir hoje um posicionamento oficial do partido sobre a necessidade ou não de afastar os integrantes da mesa diretora da Assembleia Legislativa. Nove deputados informaram que não responderiam ao questionário apresentado pela Gazeta do Povo enquanto não houvesse uma posição do partido.

Os debates devem ser mais acalorados no PMDB – a maior bancada da Assembleia – já que dois peemedebistas têm cargos importantes na mesa diretora: Alexandre Curi é o primeiro-secretário e Antônio Anibelli é o vice-presidente.

O PT também incluiu na pauta da reunião as discussões sobre um posicionamento oficial do partido acerca da crise. Os deputados do bloco partidário formado por PSB, PV e PRB marcaram reunião extraordinária para depois da sessão legislativa da Assembleia.

Apenas a bancada do PPS já manifestou opinião oficial sobre a crise, recomendando o afastamento de Nelson Justus da presidência.

A grande maioria dos 54 deputados tem evitado se pronunciar publicamente – a favor ou contra – sobre a permanência de Nelson Justus (DEM) na presidência da Assembleia Legislativa do Paraná. Apesar das manifestações públicas de entidades e partidos políticos pela saída de Justus do cargo, o regimento interno da Casa o tornaria quase inatingível.

Para o deputado estadual Rafael Greca (PMDB) – que assumiu o mandato em 20 de abril no lugar de Mauro Moraes, cassado por infidelidade partidária – um dos motivos do silêncio dos colegas é o fato de que os deputados não têm o poder, mesmo que queiram, de afastar Justus do cargo. "Não há mecanismo possível no regimento interno. O presidente é inamovível. Ele fica na presidência enquanto assim quiser ou até o fim do mandato da mesa", argumenta.

Pela normativa que rege os procedimentos da Casa, não há nenhum encaminhamento possível. O presidente é fiscal de si mesmo. Tanto que o pedido de afastamento de Justus, comunicado pelo PPS no dia 19 de abril, não tinha poder formal além de uma recomendação e uma opinião. Greca disse que pediu auxílio à Ordem dos Advogados do Brasil e a promotores no sentido de descobrir se existem medidas que podem ser tomadas pelos deputados. "Não podemos esquecer, inclusive, que Justus é o virtual vice-governador, a pessoa que substituiria o atual governador no caso de alguma impossibilidade de Orlando Pessuti", reforça o deputado. A possibilidade, discutida nos bastidores, de um mandato-tampão, com uma nova mesa diretiva eleita apenas para comandar a Assembleia até a eleição já prevista para janeiro, dependeria da vontade dos atuais membros de se afastarem espontaneamente.

Questionário

Sobre as perguntas feitas a todos os deputados pela Gazeta do Povo, alguns parlamentares fizeram questão de não se limitar a respostas do tipo sim ou não. Ademir Bier (PMDB) justificou o motivo pelo qual é a favor de manter Justus na presidência. Para ele, o presidente tem prestado todas as informações solicitadas nas investigações e não tem atrapalhado os trabalhos.

Valdir Rossoni (PSDB), que defendeu a permanência de Justus no cargo, avalia que o presidente tomou as medidas necessárias no momento, mas disse acreditar que foram tomadas em um ritmo mais lento do que o esperado. Antonio Belinati (PP) também defendeu o presidente, alegando que ele deveria ser afastado apenas se as investigações assim recomendarem e que só não tem condições de se manter no posto se não consertar os erros cometidos. Para Ney Leprevost (PP), Justus deve se investigar até a conclusão dos inquéritos do Ministério Público.

A deputada Luciana Rafagnin (PT), que aguarda posicionamento da bancada para se pronunciar, destacou que a Assembleia vem efetuando mudanças, como o fim do pagamento das sessões extraordinárias, o recolhimento dos carros que eram cedidos para parlamentares, a instalação do painel eletrônico das votações, o fim do voto secreto, a implantação do portal da transparência e a transmissão das sessões pela TV Sinal. E que está confiante que os encaminhamentos dados até agora apontam para a plena transparência, a exemplo do diário eletrônico, do recadastramento presencial de todos os assessores parlamentares e funcionários da Casa e também da proposta de realização de concurso público para a contratação de servidores.

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.

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