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| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Cassado na última segunda-feira (12), pelo plenário da Câmara, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) divulgou nota rebatendo os comentários do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em três parágrafos, Cunha reclama que matérias relevantes oriundas da Câmara não foram apreciadas pelo Senado e repete que as investigações da Operação Lava Jato não tiveram as mesmas consequências sobre Renan. Ao final, Cunha alfineta o colega de partido.

“Com todo desejo de sucesso ao presidente do Senado no comando da Casa, e acreditando na sua inocência, espero que os ventos que nele chegam através de mais de uma dezena de delatores e inquéritos no STF [Supremo Tribunal Federal], incluindo Sérgio Machado, não se transformem em tempestade”, diz a nota. “E que ele consiga manter o cálice afastado dele”, finalizou.

“Governo aderiu à agenda de minha cassação”, diz Eduardo Cunha

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Mais cedo, Renan tentou se distanciar da imagem de Cunha. “Afasta de mim esse cálice”, brincou o senador, evitando comentar afirmações de Cunha, que disse ontem na Câmara que as denúncias dos parlamentares teriam um tratamento diferenciado das dele no Supremo Tribunal Federal.

Na sessão de cassação, Cunha reclamou que virou alvo prioritário das investigações. O ex-deputado é réu em dois processos no STF e é alvo de investigação em outras sete frentes. Já o senador não é réu, mas é investigado em 12 inquéritos no STF. “Eu não quero de forma nenhuma falar sobre isso (cassação de Cunha), mas quem planta vento, colhe tempestade, isso é uma lei da natureza”, comentou o presidente do Senado.

Nesta terça, Cunha disse que, durante o período em que presidiu a Câmara, não houve matérias de caráter relevante provenientes do Senado que não foram apreciadas pelos deputados, ao contrário do Senado, que não colocou em votação o projeto de terceirização, a redução da maioridade penal, a PEC da Reforma Política, entre outros projetos encampados por Cunha e aprovados pela Casa. “Esperamos que o Senado aprecie essas matérias”, destacou.

Cunha lembrou que a ação penal 982 - que envolve delações referentes às negociações de sondas da Petrobras - só atingiu a ele. “Os mesmos delatores, nas suas delações, acusam como beneficiários das supostas vantagens indevidas montando a US$ 6 milhões os senadores Renan Calheiros, Jader Barbalho, Delcídio Amaral e Silas Rondeau. Entretanto, a ação penal que deveria ser indivisível, segundo o Código Penal, foi aberta apenas contra mim”, lamenta o ex-parlamentar.

Confira a carta de Cunha na íntegra:

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