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Com 22 milhões de votos na eleição de 2014 e alheia à Lava Jato, Marina Silva lidera pesquisas. | Vagner Campos/Fotos Públicas
Com 22 milhões de votos na eleição de 2014 e alheia à Lava Jato, Marina Silva lidera pesquisas.| Foto: Vagner Campos/Fotos Públicas

“A grande fiel da balança de tudo o que vai acontecer no Brasil até 2018 é a Lava Jato.” A avaliação do cientista político e professor da PUCPR Mário Sérgio Lepre resume a incerteza que paira sobre o comando político do país até a próxima eleição presidencial.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o vice-presidente Michel Temer (PMDB) já tiveram os nomes envolvidos na operação. Quanto ao ex-presidente Lula (PT) é impossível fazer qualquer previsão. Nesse cenário, o senador Alvaro Dias (PV-PR) e a ex-senadora Marina Silva (Rede-AC) começam a despontar como azarões correndo por fora.

Pesquisa feita pelo Datafolha em 17 e 18 de março apontou Marina à frente dos outros candidatos em todos os cenários levantados. Dona de mais de 22 milhões de votos no pleito de 2014, a ex-senadora tem entre 21% e 24% das intenções, dependendo de quem for o candidato do PSDB.

Contra ela, porém, pesam a completa incerteza sobre como seria seu governo – inclusive do ponto de vista de alianças – e a passagem pelo PT. “A Marina, de certa forma, é desvinculada de todos esses problemas políticos que estão colocados e já vem com o nome forte das duas últimas eleições. Mas, certamente, ela sofrerá um processo de desconstrução muito grande pelos adversários, como já ocorreu em 2014”, avalia Lepre.

Apesar de não ter figurado na pesquisa, Lepre também aposta em Alvaro Dias. Incólume até agora nas investigações da Lava Jato, o senador paranaense migrou para o PV, afastando-se do complicado ninho tucano. “O Alvaro é um nome consolidado nacionalmente na oposição e se colocou como uma boa alternativa indo para o PV. Ele tem quase sete anos de mandato pela frente e, portanto, nada a perder se for candidato.”

Chamuscados

Na contramão, o sucessor natural do governo do PT dentro da oposição seria Aécio Neves, que foi derrotado por uma diferença de apenas 3,5 milhões de votos em 2014. O mineiro, no entanto, foi citado pelo senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) como tendo recebido propina de Furnas. Essa foi a terceira vez em que o nome dele apareceu em uma delação premiada da Lava Jato. De 27% das intenções de voto em dezembro, Aécio caiu para 19% agora.

Outro possível nome – sobretudo se a presidente Dilma Rousseff (PT) sofrer o impeachment – seria Temer. O peemedebista, porém, também foi citado por Delcídio.

Enquanto isso, Lula, que é a única aposta viável do PT, também vem caindo nas pesquisas, aparecendo agora com 17%, atrás de Marina e Aécio. Além disso, com o avanço da Lava Jato, sequer se sabe se o petista estará apto a disputar o pleito de 2018.

“Aposto num nome com capacidade de se mostrar capaz de fazer uma reforma política verdadeira no país, mas, diante de todos esses desdobramentos, não há como prever nada”, afirma Lepre.

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