Presidente Dilma Rousseff: divisão no PMDB de Minas atrapalhou os planos do governo.| Foto: Lula Marques Agência PT

Diante das dificuldades na bancada peemedebista por um amplo apoio à nomeação do deputado Mauro Lopes (MG) como ministro, o Palácio do Planalto já trabalha com um plano B para a Secretaria de Aviação Civil. Lopes era visto pelo governo como a solução para garantir o apoio da bancada do PMDB de Minas e viabilizar a recondução de Leonardo Picciani (RJ) à liderança do partido, o que reforçaria o time governista na batalha contra o impeachment.

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Nesta segunda-feira (18), a bancada do PMDB de Minas se reuniu em Belo Horizonte para tentar um acordo em torno de um candidato à liderança do partido na Câmara e para a chancela ao nome de Lopes ao ministério. Nenhum dos dois objetivos foi alcançado. Diante do impasse, a decisão foi liberar os deputados para votarem como quiserem.

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Na reunião, o deputado Leonardo Quintão reafirmou que irá disputar a eleição. Já Newton Cardoso Junior, retirou a candidatura. Para ele, Quintão é “candidato de si mesmo”. “A bancada não tem candidato e está liberada para votar como quiser. Ninguém declarou voto. O Quintão vai ser candidato de si mesmo, sem o apoio da bancada. Eu não consegui o apoio majoritário e decidi não ser candidato”, afirmou Cardoso Junior.

Enquanto isso, alguns ministros próximos à presidente Dilma Rousseff defendem, reservadamente, que a escolha para a pasta seja feita junto com o vice-presidente Michel Temer. Na semana passada, o ministro Jaques Wagner (Casa Civil), telefonou para Temer para dizer que Dilma gostaria de encontrá-lo e sugeriu que isso ocorresse nesta terça-feira. O convite, no entanto, ainda não havia sido formalizado até esta segunda-feira. Quando ocorrer o encontro, a questão do ministério deverá ser abordada.

Esses assessores defendem a negociação com Temer para evitar uma piora na relação, que começa a se recuperar depois do abalo no fim do ano passado. No governo, há a defesa de que é preciso aproveitar o novo momento de Temer, que trocou movimentações de rompimento com o governo pelo trabalho para ser reconduzido à presidência do PMDB.

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Os motivos do enfraquecimento de Mauro Lopes para o cargo vão além da ausência de consenso na bancada mineira. A exposição do nome do deputado trouxe resultados considerados negativos pelo governo. Informações sobre a suposta relação de Lopes com o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada – preso na Operação Lava Jato – assustaram o Palácio do Planalto. Segundo auxiliares da presidente, mesmo que não haja elementos mais contundentes contra o deputado, é preciso evitar trazer para o governo mais uma crise que já se vislumbra no horizonte.

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A forma como Lopes se posicionou na semana passada, dando declarações de que havia sido sondado para o ministério e que aceitaria o cargo também causou incômodo. Para interlocutores do governo, faltou “liturgia” na postura do deputado. E a presidente Dilma, ressaltam, costuma rejeitar esse tipo de comportamento.

A previsão é que a discussão sobre o tema se estenda um pouco mais que o previsto e uma decisão fique para o início de fevereiro. As dificuldades para um consenso no PMDB têm levado alguns setores do Planalto a defender até a extinção da pasta. Como a área econômica continua no esforço para reduzir gastos, extinguir o ministério pode ser melhor do que escolher um nome que vá aprofundar a briga interna no partido.

“O PMDB tem que se entender para evitar a extinção da SAC. É difícil manter um ministério que só vai trazer mais problema na bancada. Se isso for provocar briga, é melhor extinguir”, afirmou um auxiliar palaciano.

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