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Conduta de Botto está sob suspeita, informa Copel

O governo do estado foi procurado pela reportagem da Gazeta do Povo para comentar a carta do ex-procurador-geral Sérgio Botto de Lacerda. A assessoria de imprensa do governo do estado informou que não haveria respostas ou manifestações sobre o caso. A Copel, porém, emitiu uma nota, divulgada no site da agência de notícias do governo, em que informa estar investigando a conduta de Botto como membro do Conselho de Administração da empresa.

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O ex-procurador-geral do Estado Sérgio Botto de Lacerda não poupou críticas diretas ao governador Roberto Requião (PMDB) ao pedir sua demissão da presidência do Conselho de Administração da Paranaprevidência e dos cargos que ocupava, como representante do governo, nos Conselhos da Copel e da Elejor (Centrais Elétricas do Rio Jordão). Botto, que já foi o "braço direito" de Requião, afirmou em carta divulgada à imprensa que seu ex-patrão é omisso, desleal, permissivo e cercado de ignorantes e asseclas. Afirmou ainda que foi enganado, ou se deixou enganar, pelo governador. E também disse que a atual administração estadual passa por um desgoverno.

A carta encaminhada ontem à imprensa já havia sido enviada por fax ao próprio governador na noite de segunda-feira. Segundo Botto, a mensagem foi uma reação ao fato de Requião ter ficado em dúvida quando à sua honestidade. O ex-procurador havia sido convidado para atuar como advogado da Sanedo (antiga Vivendi), que é uma das empresas que fazem parte do consórcio Dominó, o sócio "indesejado" do governo na Sanepar. Botto afirma que recebeu uma "oferta de contratação lícita", mas recusou a proposta da Sanedo. Botto, caso aceitasse o convite, seria responsável por tentar intermediar a compra da parte da Sanedo no Dominó pela Copel.

A proposta da empresa a Botto acabou "vazando" na semana passada para Requião, que teria ficado irritadíssimo. O ex-procurador atribuiu esse "vazamento" a integrantes do governo que tentam um "fuzilamento alegórico" contra ele e procuram denegrir sua imagem. É público e notório que Botto, desde que saiu pela primeira vez da administração de Requião, no início do ano, tinha deixado como adversários dentro do governo os secretários Luiz Carlos Delazari (Ouvidoria e Corregedoria) e Luiz Fernando Delazari (Segurança Pública), respectivamente pai e filho. O advogado Pedro Henrique Xavier, atual presidente do Conselho de Administração da Sanepar, também seria outro de seus inimigos.

Na carta, Botto ainda afirmou, sem citar nomes específicos, que não permitirá que "bajuladores, incompetentes e omissos" o desonrem. "Não admitirei nem mesmo que o hoje governador e o ontem e futuro [cidadão] Roberto Requião faça isso, nem mesmo pelo obsequioso e amedrontado silêncio." O ex-procurador pede ainda que o governador "assuma, como responsável pelo que ocorre em seus domínios, a responsabilidade que cabe a cada um".

No texto, Botto ainda deixa transparecer ressentimento contra Requião. Disse que ajudou Requião em "poucas e boas" e que o governador nunca foi firme e leal com ele. Devido a essas atitudes, Botto afirmou que o chefe do Executivo estadual não deve mais esperar "amizade" nem "piedade".

O ex-procurador lamentou ainda ter se reaproximado de Requião. "Nossa reaproximação se deu, para mim, como um engodo. Com o coração aberto e alertado pelos próximos, arrisquei acreditar na sua capacidade de justiça. Enganei-me ou fui enganado", desabafou Botto na carta. Ele disse ainda que ficou espantado diante da permissividade e capacidade que Requião tem de não se impressionar com o que ocorre dentro do governo.

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