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Edson Ribeiro, advogado de Cerveró. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Edson Ribeiro, advogado de Cerveró.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Executivo da Mendes Júnior é internado

Preso na carceragem da Polícia Federal (PF) desde novembro, o vice-presidente executivo da empreiteira Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, foi internado no Hospital Santa Cruz, em Curitiba, no fim da tarde de ontem. Ele deverá passar por uma cirurgia hoje para remover uma pedra nos rim. Mendes foi socorrido pelo Samu após relatar fortes dores abdominais desde o último sábado. A primeira suspeita era de crise de apendicite.

O executivo foi primeiramente atendido por um médico do pronto-socorro do hospital, às 17h20, e depois encaminhado ao urologista Ary Adami Jr. No receituário, o especialista diz que exame de imagem mostrou um cálculo (pedra) de 1,5 centímetro. "Dessa forma, existe necessidade de tratamento cirúrgico, sendo necessário internamento por tempo indeterminado", escreveu. Antes do laudo, a juíza federal Gabriela Hardt pediu detalhes sobre o estado de saúde do executivo para determinar quanto tempo ele poderia ficar no hospital. A defesa de Mendes requereu à Justiça a permissão para que ele continuasse internado até a alta médica. Até às 20h30 de ontem, a juíza ainda não havia respondido ao pedido.

Amanda Audi

  • Mendes: pedra no rim

O depoimento do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró à Justiça está marcado para às 9 horas de hoje. De acordo com o seu advogado, Edson Ribeiro, Cerveró deverá falar somente sobre os motivos que levaram à sua prisão. A expectativa é que ele opte por não falar, no momento, sobre acusações de corrupção e lavagem de dinheiro da Petrobras das quais é acusado.

Pouco logo após a prisão de Cerveró, o advogado havia dito que seu cliente iria ficar calado no depoimento. "Desde o dia 1.º de abril de 2014, eu apresentei o Nestor Cerveró à Polícia Federal [PF] e ao Ministério Público Federal [MPF] para prestar depoimento. Nenhum dos órgãos o ouviu", disse Ribeiro ontem pela manhã. Porém, ao fim do dia mudou de posição após ter tido acesso à denúncia do MPF que motivou a detenção.

O advogado disse ainda que também ficará de fora do depoimento de Cerveró o suposto acordo que o ex-diretor da Petrobras teria com políticos do PMDB. Segundo as investigações, parte dos desvios de contratos da diretoria que comandava seria repassada à sigla por meio do lobista Fernando Baiano.

Como essa parte do processo envolve autoridades com foro privilegiado, deverá ser analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Nova investigação

O juiz federal Marcos Josegrei da Silva, do Paraná, determinou que a Polícia Federal do Paraná inicie um novo procedimento investigatório focado apenas nos crimes de ocultação de patrimônio que Cerveró teria cometido.

O ex-diretor já é réu em ação que apura corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Cerveró teria recebido parte de propina de R$ 104 milhões pela compra de dois navios-sonda da multinacional Samsung Heavy Industries. A denúncia foi aceita pelo juiz Sérgio Moro em dezembro do ano passado. Na mesma ação responde o lobista Fernando Baiano, supostamente ligado ao PMDB.

Verba desviada pelo esquema pode ultrapassar R$ 73 bilhões

Reuters

As investigações da Polícia Federal (PF) sobre o escândalo que envolve a Petrobras podem encontrar o maior esquema de lavagem de dinheiro já registrado no país e apontam para suspeitas de participação de outras multinacionais, além das que já citadas (caso da Samsung Heavy Industries). Além disso, o valor desviado pelo esquema, inicialmente estimado em R$ 10 bilhões, possivelmente será muito maior.

A delegada da PF Erika Marena diz que a quantidade de dinheiro envolvido provavelmente será maior do que os US$ 28 bilhões (cerca de R$ 73,3 bilhões) registrados em transferências ilícitas entre 2003 e 2007 no caso Banestado, até hoje considerado o maior esquema de lavagem de dinheiro no Brasil.

"Se você for considerar o valor investigado, o valor da obra da Petrobras, com certeza o potencial da investigação é ultrapassar em muito esse valor", afirma Erika.

A Polícia Federal está trabalhando em meio a pilhas de documentos, incluindo uma lista de 750 projetos de infraestrutura que podem ter tido fundos desviados para contas bancárias no exterior, enriquecendo executivos, políticos e partidos.

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