Abril de 2000 foi quando João Roberto Zaniboni, ex-diretor de operações da CPTM, recebeu o dinheiro na Suíça. Na época, ele estava na CPTM.

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Cópia de ordem bancária que a Suíça enviou ao Brasil há um mês comprova a transferência de US$ 103,5 mil para a conta Milmar do Credit Suisse de Zurique, cuja titularidade está em nome do engenheiro João Roberto Zaniboni, ex-diretor de operações e manutenção da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O depósito em favor do executivo foi realizado em 27 de abril de 2000 – quando ele exercia o cargo na estatal paulista –, em mais um indício do pagamento de propina envolvendo o sistema de trens de São Paulo.

O depósito foi feito por orientação da Gantown Consulting S.A, offshore sediada em Montevidéu (Uruguai), que é controlada pelo lobista Arthur Gomes Teixeira. O Ministério Público aponta Teixeira como pagador de propinas da multinacional francesa Alstom, dentro do esquema do cartel dos trens suspeito de atuar nos governos tucanos no estado de São Paulo.

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A investigação revela que a Gantown era titular da conta Rockhouse, na mesma instituição financeira em Zurique que abrigava a conta 180636-Milmar. O documento bancário agora de posse do Ministério Público é um manuscrito por meio do qual a offshore solicita transferência daquele valor.

A prova põe em xeque a versão de Zaniboni que, em depoimento à força-tarefa do Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal, afirmou ter realizado serviços de consultoria para Teixeira antes de assumir o cargo de diretor de manutenção da CPTM. Ele ocupou o posto durante parte dos governos do PSDB de Mário Covas e Geraldo Alckmin. Zaniboni disse que "não tem cópia" do contrato com Teixeira. Questionado sobre outras consultorias que teria feito, ele disse que trabalhou apenas para o lobista da Alstom.