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Ney Braga, falecido em 2000 | Antonio Costa/Gazeta do Povo
Ney Braga, falecido em 2000| Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo

O ex-governador do Paraná Ney Braga (1961-1965 e 1979-1982), falecido no ano 2000, recebeu na semana passada homenagem póstuma da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), como reconhecimento a seus trabalhos em prol do desenvolvimento industrial do estado.

"Preocupado com a transformação do Paraná agrícola em um estado industrializado e com um dinâmico setor de serviços, Ney criou o Fundo de Desenvolvimento do Estado, que financiou estudos para determinar as características e necessidades de uma economia em transição. Daí, o financiamento a indústrias estratégicas, como a de transformação de produtos agrícolas", disse o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, na cerimônia em que entregou a Medalha de Mérito Industrial à viúva do ex-governador, Nice Braga, e ao filho Antônio Lacerda Braga Neto.

Rocha Loures lembrou também que Ney Braga foi o criador a Companhia de Desenvolvimento do Paraná (Codapar), instituída em 1960 e depois transformada em Banco de Desenvolvimento do Estado do Paraná (Badep), com o objetivo de financiar setores estratégicos da indústria paranaense, além de empresas estatais."A infraestrutura de comunicação que temos hoje foi plantada pela Telepar, criada em 1963. A de saneamento, pela Sanepar. Vieram também a Fundepar, para a Educação, a Celepar, para a informática".

História

Militar de formação, antes de entrar para a política, Ney Braga fez curso de aperfeiçoamento de oficiais na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (1945-1948), na época em que o diretor de ensino era o então coronel Humberto de Alencar Castelo Branco, que viria a ser presidente do país após o golpe de 1964. Elegeu-se governador do Paraná em 1961 pelo Partido Democrata Cristão e administrou o estado até 1965, ano em que se tornou ministro da Agricultura.

Na avaliação do professor de Ciências Políticas Ricardo Oliveira, da UFPR, Ney Braga foi o estruturador do Paraná moderno. "Ele foi responsável pelo planejamento técnico do estado", afirmou ao lembrar que ele foi responsável por criar empresas como a Sanepar e por ter estruturado a Copel.

O jornalista Mussa José de Assis, que foi, na época do golpe, editor do jornal Última Hora, em São Paulo, recorda que Ney Braga, embora tenha defendido a legalidade do mandato do presidente João Goulart, deposto pelos militares em 1º de abril de 1964, acabou por apoiar o golpe. "Ele era um homem de esquerda, do Partido Democrata Cristão, exercia um cargo civil de governador, mas era também militar licenciado."

Segundo Mussa, Ney era muito próximo de Castelo Branco e de Ernesto Geisel, tornando-se ministro da Agricultura, entre 1965 e 1966. "Ele fazia parte da ala moderada do regime militar, que pensava no retorno à democracia."

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