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Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária do empresário Marcos Valério, disse, nesta quinta-feira, no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que, em 2003, Valério chegou um dia ao escritório da SMPB afirmando que tinha recebido um telefonema do deputado José Mentor (PT-SP) e que ela deveria pegar algumas pastas e triturar os documentos que se encontrassem nelas. Karina declarou que Valério não a deixou fazer uma triagem e, por isso, não sabe dizer o que era a documentação.

A ex-secretária disse acreditar que fossem notas fiscais e afirmou ter conseguido ver até mesmo certidões de nascimento dos filhos de Valério entre os documentos, ressaltando que o empresário estava "afobado" para se desfazer dos papéis. A ex-secretária afirmou ainda que o advogado Rogério Tolentino estava junto com Valério na ocasião.

Sobre a contratação do escritório de advocacia de Mentor para prestar consultoria à SMPB, Karina disse que não vê um motivo para a agência ter contratado esse serviço em São Paulo, porque não tinha filial no estado.

Segundo relatório preliminar das CPIs dos Correios e do Mensalão, Mentor recebeu, por intermédio de seu escritório de advocacia, R$ 120 mil da empresa 2S Participações, pertencente a Valério. O deputado afirma que o pagamento foi feito pelo escritório Tolentino, Melo e Associados por conta da elaboração de pareceres jurídicos por seu escritório de advocacia. Karina afirmou também que não conhecia o trabalho da 2S Participações, mas que a empresa não era ativa, pois não tinha funcionários.

Antônio Mariz, advogado de Mentor, questionou se esse julgamento da Karina sobre a contratação do escritório de advocacia se era só uma percepção dela. Ela respondeu que realmente é só uma opinião e que Valério nunca comentou nada sobre o assunto com ela, até porque não trabalhava mais na SMPB na época da contratação.

Em relação à destruição dos documentos, o advogado ressaltou que Karina, nos primeiros depoimentos, não citou Mentor, e que essa informação só surgiu depois na imprensa. Ela reiterou que, na ocasião, Valério chegou muito apressado e que naquele dia conversou com José Augusto Drummond, então presidente do Banco Rural, e lhe disse que o pessoal da CPI do Banestado já havia falado que não haveria problemas para ele. Havia rumores de que Drummond poderia ser preso. Depois disso, Valério mandou Karina triturar os documentos.

A ex-secretária também disse, em resposta a Antônio Mariz, que não havia recebido nenhum telefonema do próprio Mentor.

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