Flavio David Barra, executivo da Andrade Gutierrez preso na 16.ª fase da Operação Lava Jato, confirmou nesta quinta-feira (30) que houve uma reunião sobre assuntos relacionados ao consórcio de Angra 3 e que, no final do encontro, o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, pediu uma contribuição para o PMDB em nome do senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia.
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As informações foram dadas pelos advogados da Andrade Gutierrez Roberto Telhada e Edward Carvalho. Os dois disseram que seu cliente negou-se a pagar. O mesmo já havia dito Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa, que citou esta mesma reunião em sua delação premiada.
Preso na última terça-feira (28), Barra prestou depoimento nesta quinta-feira à Polícia Federal em Curitiba e seus advogados comentaram o teor do depoimento.
“Nessa reunião, Ricardo Pessoa disse que Edison Lobão desejava uma contribuição financeira. Meu cliente [Flávio Barra], disse que a Andrade Gutierrez não pagaria nada. Dalton Avancini disse que também a Camargo Corrêa não pagaria a propina a Lobão - disse Edward Carvalho, que participou do depoimento do executivo.
Com este depoimento, Barra confirma a realização desta reunião, que também já estaria citada na delação de Pessoa, que apontou a existência de propinas nos negócios de Angra 3.
A reunião foi realizada, em agosto de 2014, para que as empreiteiras Camargo Corrêa, UTC e Andrade Gutierrez discutissem detalhes do contrato de obras de Angra 3, sob responsabilidade da Eletronuclear. O empresário Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa, disse em seu termo de delação premiada, que nessa reunião se discutiu também o pagamento de propinas de 1% do montante do contrato para o PMDB e dirigentes da Eletronuclear.
Barra está preso temporiamente na sede da PF em Curitiba desde terça-feira. Se o juiz Sergio Moro, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, não renovar o período de cinco dias de sua prisão, Barra deve ser solto até este sábado.
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