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Investigações do Departamento Especializado no Combate ao Crime Organizado (Deic) e do Ministério Público revelam que, por trás dos ataques em São Paulo, estava uma sofisticada rede de traficantes que abastecia consumidores de drogas, dentro e fora dos presídios. Os consumidores pagavam em dinheiro e em atos criminosos, como os atentados. Os detalhes destas ações estão na denúncia, de 129 páginas, enviada à Justiça.

Documentação apreendida pela polícia mostra que o grupo criminoso negociava mais de 130 quilos de drogas por mês, dentro de pelo menos 15 presídios no interior paulista. Cada operação está detalhada nos cadernos da quadrilha. A contabilidade dos criminosos revela, por exemplo, que num único dia, um preso conhecido como Marapé recebeu, na Penitenciária de Mirandópolis, dez quilos de drogas. No presídio de Marília, foram entregues seis e, no de Getulina, outros quatro quilos.

- A economia é o tráfico e, com isso, ganharam dinheiro. Com dinheiro, criaram uma estrutura que possibilitou os atentados - disse o delegado Ruy Ferraz Fontes.

Foram denunciadas 25 pessoas, sendo que 23 já estão presas. Marilene Carlos Simões comandava o tráfico e coordenava vários atentados. O caderno dela mostra o texto ditado pelo rádio. Lá, se lê: "A ordem é para assassinar". Também está na lista Marcos Camacho, o Marcola, considerado chefe do grupo. Os promotores pedem que os denunciados sejam julgados por tráfico de drogas, formação de quadrilha, porte ilegal de armas e incêndios.

- Nós precisamos identificar, mapear e oferecer denúncia em relação às outras células, tanto na capital como no interior - afirmou o promotor Rodrigo Pinho.

Duas apreensões de armas e drogas, ocorridas nesta quarta-feira na capital, podem ter ligação com o grupo que comandou os ataques. Na zona leste de São Paulo, seis pessoas foram presas com armas pesadas - uma delas capaz de derrubar um helicóptero - munição, explosivos e drogas. Na zona sul, mais armas foram apreendidas, além de rádios, celulares, munição e coletes que seriam usados em ataque a uma base da Polícia Militar.

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