O Instituto Ethos divulgou nesta quinta-feira (16) sua saída do grupo de entidades da sociedade civil que acompanham as investigações da Corregedoria-Geral da Administração (CGA) sobre a formação de cartel em licitações de trens em de São Paulo. Segundo o vice-presidente do Ethos, Paulo Itacarambi, o instituto entende que o grupo já deu o suporte necessário e não tem mais com o que contribuir. Itacarambi avaliou que, apesar da discussão ser "muito aberta com os membros do grupo", falta empenho dos demais órgãos do governo estadual na investigação.

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"O trabalho poderia ser feito mais rapidamente caso houvesse maior colaboração de outros órgãos públicos no envio das informações solicitadas", disse, por telefone. Itacarambi também mencionou falta de investimentos na corregedoria e de comunicação entre o órgão e o Ministério Público Estadual. "Acho que as declarações do governador [de que tem cobrado as investigações] deveriam ser traduzidas em ações. Quanto mais rápido isso for esclarecido, melhor para o governo do Estado", argumentou.

O grupo de acompanhamento do qual o Ethos fazia parte foi criado em agosto de 2013. Foram realizadas dez reuniões no ano passado, cujas atas foram divulgadas no site da CGA.

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O vice-presidente da Ethos afirma que a saída do instituto não se deve a qualquer tipo de conflito com o grupo ou com a CGA e o governo do Estado. "Nós colocamos algumas demandas à CGA, que têm sido cumpridas. O nosso trabalho chegou a um limite", afirmou. Entre as demandas, estava o pedido de que todas as informações apresentadas nas reuniões do grupo fossem publicadas no site da corregedoria e que outros contratos, além daqueles feitos com a Companhia Paulistana de Trens Metropolitanos (CPTM), fossem investigados.

Segundo Itacarambi, a CGA afirmou que novas investigações deverão ser feitas após a conclusão do inquérito sobre a suspeita de cartel. Outro membro do grupo, a ONG Transparência Brasil, também deve deixar as reuniões da CGA após a conclusão de um relatório final sobre o trabalho de acompanhamento.

Questionado sobre a saída do Instituto Ethos do grupo da CGA em entrevista coletiva hoje, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que o grupo deu grande colaboração e disse que o governo está comprometido com as investigações.

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