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Uma gravação que faz parte do inquérito que apura denúncias de corrupção no Governo do Distrito Federal mostra que o governador José Roberto Arruda fala com o ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, sobre o pagamento de um advogado. A nova denúncia foi feita pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e aponta compra de imóveis pela mulher e sogra de Arruda.

O escândalo do mensalão do DEM de Brasília começou no dia 27 de novembro de 2009, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador do DF é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.

Registro da conversa gravadaArruda – Deixa eu te dizer uma coisa: o Heraldo, ele é seu advogado?Durval – É.Arruda – Ele recebeu alguma coisa?Durval – É... Ele já recebeu uns quatrocentos.Arruda – Tudo isso?Durval – Mas ele tá há dez anos.

O advogado citado no diálogo é Heraldo Paupério, padrasto da atual mulher do governador. Segundo o jornal, Arruda conta que Heraldo teria reclamado de ter sido deixado de escanteio. Pede que Durval amenize a situação e faça mais pagamentos.

Arruda – Eu queria... mas eu queria que você fizesse um gesto.Durval – Hã...Arruda – Que você fizesse uma boa intriga. Chamasse e dissesse: olha, o Arruda me pediu pra tá ajudando com os advogados e pediu pra dar prioridade pra você. Ele gosta muito de você. Uma boa intriga.Durval – Aí eu pago o Heraldo?Arruda – 100 cê paga o Heraldo. O resto é seu. Cê tem que ter a sua parte.

De acordo com a reportagem do jornal, o dinheiro usado para fazer o pagamento, segundo os diálogos gravados, viria de empresas que prestam serviços ao governo. A suspeita é de que a parte que teria sido repassada ao advogado pode ter sido usada para comprar imóveis.

Segundo o jornal, só em Águas Claras, cidade próxima a Brasília, em três anos, sogra, mulher e filhos do governador compraram R$ 1,3 milhão em imóveis. Eles teriam declarado a preço abaixo de mercado. Segundo a reportagem, dois filhos de Arruda têm apartamento no mesmo prédio, cada um com 120m2.

Ainda conforme "O Estado de S.Paulo", a sogra teria comprado um apartamento de 93m2 e uma quitinete avaliada em R$ 140 mil, no mesmo prédio onde a mulher do governador também comprou um apartamento.

A assessoria de imprensa do GDF divulgou nota dizendo que a reportagem do jornal envolve pessoas que não têm nada a ver com o inquérito da Policia Federal, como a atual sogra do governador e o marido dela. Quanto aos filhos, a nota diz que eles são do primeiro casamento do governador, maiores de idade, independentes e com as declarações de renda devidamente registradas na Receita Federal.

A mulher do governador, Flávia Arruda, esclarece que possui uma quitinete adquirida em 2004, em Águas Claras, bem como uma casa. Mas os bens são do primeiro casamento dela e constam na declaração de renda. Depois que casou com Arruda, Flávia disse que não adquiriu nenhum imóvel.

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