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Duda Mendonça: dono de terras no Carajás, ele articula a divisão | Agencia Senado
Duda Mendonça: dono de terras no Carajás, ele articula a divisão| Foto: Agencia Senado

Artistas nascidos no Pará e personalidades de fora do estado interessadas na questão (seja por ideologia ou dinheiro) têm embalado as campanhas do plebiscito para dividir o estado. O time do "não" à emancipação de Tapajós e Carajás tem mais estrelas – tais como as cantoras Fafá de Belém e Leila Pinheiro, a atriz Dira Paes e o jogador de futebol Paulo Henrique Ganso, do Santos. Pelo "sim", o craque está nos bastidores: o marqueteiro político baiano Duda Mendonça, responsável pela eleição de Lula em 2002. Mendonça é dono de terras na região do Carajás.

A presença de famosos, segundo o coordenador da frente favorável à emancipação de Carajás, Edivaldo Silva Bernardo, só reforça o preconceito contra os que defendem a separação. "A Fafá aparece chorando na televisão contra a divisão, mas a verdade é que ela mora em Lisboa. A Dira Paes mora em São Paulo. Nenhuma conhece de perto a realidade do interior do estado", reclama ele.

Todas as quatro frentes – uma a favor de Carajás e Tapajós e uma contra cada proposta – são encabeçadas por políticos. O duelo mais ferrenho ocorre entre os deputados federais Giovanni Queiroz (PDT) e Zenaldo Coutinho (PSDB), líderes das frentes pelo "sim" e "não", respectivamente, em Carajás. Já o governador Simão Jatene (PSDB) é contra a divisão.

Cada uma das frentes tem de respeitar um teto de gastos de R$ 10 milhões estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral. O formato da eleição, em tese, favorece os contrários à divisão, já que a região metropolitana de Belém responde por mais da metade dos eleitores. Em princípio, o plebiscito abrangeria apenas os moradores da região de Carajás e Tapajós. Em agosto, o Supremo Tribunal Federal decidiu que qualquer decisão sobre desmembramento de estados precisa do aval da população de todo o estado.

Durante o julgamento, o ministro Marco Aurélio Mello chegou a defender que toda a população brasileira fosse consultada. Na prática, a criação de mais estados, além de gerar gastos para a União, também diminui os repasses do fundo de participação para as demais unidades da federação.

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