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Um dia depois de atacar o governo Lula com críticas em relação às denúncias de corrupção, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi irônico ao comentar o momento atual do país. Dizendo-se otimista em relação ao futuro, o tucano disse que não poderia fazer diagnóstico semelhante ao analisar a situação política recente.

- Eu sou bastante otimista em relação ao futuro. O presente é sempre ruim, mas o (momento) atual está terrível - disse ele, levando ao riso uma platéia de cerca de 200 executivos que assistiam as palestras do seminário "Oportunidades de Negócios e Inovação na Base da Pirâmide", promovido pela Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.

Evitando nomes ou qualquer referência explícita sobre a crise em que o governo Lula está mergulhado há mais de cem dias, Fernando Henrique ainda disse que o papel do governo é controlar a destinação dos recursos públicos.

- Tenho medo de que o Brasil, nesse momento, esteja generalizando a distribuição de recursos - disse ele, emendando avaliações breves sobre o que, na opinião dele, deve ser o papel do Estado.

- Imaginar que o Estado sobrevive sem a sociedade é ilusão. E para isso há a eleição, o voto e, principalmente, uma demanda que se organiza e efetivamente faz pressão (contra o Estado) - disse ele, para quem o governo deve direcionar o foco para a base da pirâmide social, onde se concentra famílias que vivem em torno da linha da pobreza.

Num discurso em que destacou programas de seu governo, Fernando Henrique lembrou que os projetos de inclusão social realizados entre 1995 e 2002, os quais, disse, colocaram cerca de 98% das crianças nas escolas.

O ex-presidente também ressaltou que o Plano Real diminuiu o número de famílias que viviam na miséria. Segundo ele, o universo de pobres no país caiu de 40% para 29% no Plano Cruzado.

- Mas durou apenas um ano (essa queda) e logo voltou novamente para 40%. Com o Plano Real esse contigente caiu novamente de 40% para 30% e se mantém até agora. Tudo porque acabamos com a inflação e aumentamos a renda familiar.

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