• Carregando...

Os dois lados da emancipação

Mato Rico - O processo de emancipação ocorrido na primeira metade da década de 90 no Paraná tem casos de fracasso e de sucesso. A cidade de Mato Rico, na região central do estado, está no primeiro grupo. Já Itaipulândia, no Oeste, conseguiu se desenvolver por conta própria.

Há 18 anos, cerca de 800 moradores do distrito de Mato Rico decidiram ir às urnas com a intenção de mudar uma realidade de carência da localidade. Por 640 votos a favor e 160 contra, eles conseguiram se desmembrar de Pitanga.

Veja a matéria completa

Itaipulândia - O ex-servidor público Pedro Paulo Constâncio diz ter certeza de que fez a escolha certa. Há 15 anos comprou um terreno e está concluindo a construção da casa às margens da praia artificial de Itaipulândia, cidade do Oeste do Paraná instalada em 1.º de janeiro de 1993. Desmembrado de São Miguel do Iguaçu, o antigo distrito de Aparecidinha d'Oeste é um dos exemplos das emancipações feitas na década de 90 que deram certo no Paraná.

Estimulado pelo cenário promissor, pela estrutura que estava sendo instalada e pelas alternativas de lazer, Constâncio conta que o sentimento de satisfação com as oportunidades de crescimento é quase unânime entre os moradores de Itaipulândia. "Que outra cidade desse porte oferece condições como as que temos aqui? Não é uma Suíça, mas não dá para comparar com Foz do Iguaçu, por exemplo." Na educação integral, seis escolas oferecem Ensino Fundamental e outras 21 mantém o Ensino Médio.

Beneficiada por uma parcela significante dos royalties pagos pela usina de Itaipu como compensação pelos territórios alagados para a formação do reservatório da hidrelétrica, Itai­­­pu­­­lândia conta com um dos orçamentos per capita mais altos do estado. Em 2007, o repasse de Itaipu somou R$ 24 milhões dos R$ 35,3 milhões arrecadados pelo município. Com um PIB anual próximo de R$ 84 milhões, a cidade viu a população quase dobrar – passando de 4,6 mil habitantes para 8,5 mil habitantes – em pouco mais de dez anos.

Os royalties foram um dos fatores que mais influenciaram no desenvolvimento do município, explica o professor Ronaldo Bulhões, do departamento de Economia da Universidade Es­­­tadual do Oeste do Paraná (Unioeste), em Cascavel. O recurso extra garantido atingiu a marca US$ 679,6 mil em outubro. Antes do desmembramento, São Miguel do Iguaçu ficava com a maior fatia dos royalties. Hoje, Itaipulândia ocupa a quarta posição nos repasses do benefício e fica um lugar à frente de São Miguel.

De acordo com Bulhões, o desempenho da cidade depende da dinâmica da região, da proximidade com municípios-polo, do próprio perfil econômico e das condições de oferecer incentivos para a atração de novos investimentos. Metade da economia de Itaipulândia é movimentada pelo setor de serviços, 25% pela indústria e 15% pela agropecuária. "Em muitos dos municípios que se emanciparam na mesma época e não tiveram o mesmo crescimento, a proporção é contrária, com a pequena agricultura ainda como principal fonte econômica. Isso não garante o crescimento."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]