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Os defensores da proibição do comércio de armas no Brasil desembarcam hoje em Curitiba para lançar a Frente Paraná Sem Armas. Para dar a largada da campanha na capital estarão presentes o presidente do Senado, Renan Calheiros, que preside a Frente Brasil Sem Armas, o deputado federal Raul Jungman, secretáriogeral da frente e o presidente da CNBB, Dom Ladislau Biernaski.

A lei que proíbe o comércio de armas e munições no país deverá ser referendada pela população por meio da votação marcada para 23 de outubro. A questão divide a classe política, sem levar em conta os partidos. As duas frentes parlamentares – a favor e contra – estão se mobilizando para apresentar os argumentos no horário eleitoral gratuito que começa no próximo dia 1.º de outubro.

No Paraná, a campanha será coordenada pelo deputado estadual Ratinho Jr. (PPS), autor da lei estadual de desarmamento. Na Assembléia, outros parlamentares já estão participando da campanha, como o presidente da Comissão de Direitos Humanos, José Domingos Scarpelini (PSB), Barbosa Neto (PDT), Reni Perera (PSB) e Tadeu Veneri (PT). Fazem parte da frente também os deputados federais Gustavo Fruet (PSDB), Clair Martins (PT), Dr. Rosinha (PT), Selma Schons (PT), e os vereadores André Passos (PT), Aladim Luciano (PV), Roberto Hinça (PFL), Professora Josete (PT) e Manassés de Oliveira (PPS).

O grupo quer incentivar a população a responder "sim" à pergunta que será apresentada no referendo: "O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil ?"

Contra o desarmamento outro grupo está se mobilizando. No Paraná, o movimento é encabeçado pelo deputado federal Abelardo Lupion (PFL), membro da Frente Parlamentar pelo Direito à Legítima Defesa. Estão do lado de Lupion, o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), o presidente da Câmara de Vereadores de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), o líder do PMDB na Assembléia Legislativa, Antônio Anibelli, e o líder do prefeito Beto Richa (PSDB) na Câmara, Mário Celso Cunha (PSDB), além de vários deputados estaduais e federais.

As duas frentes têm um arsenal de argumentos e justificativas para defender suas posições. De um lado, a Frente que apóia o desarmamento afirma que o Brasil é o campeão em mortes por armas de fogo e a causa de 38% das mortes de jovens. O grupo usa ainda outras estatísticas: 104 pessoas morrem por dia no Brasil por arma de fogo, mais que o dobro das mortes por acidentes de trânsito. Outro dado é um estudo da Unesco revelando que o desarmamento salvou mais de 5.000 vidas em 2004 no Brasil devido ao estatuto e à campanha do desarmamento.

Na outra ponta, o argumento comum dos que defendem o direito do cidadão ter uma arma é que a proibição do comércio e uso vai fazer com que as "pessoas de bem" fiquem sem ter como se defender e os bandidos continuarão armados,.

A Frente pelo Direito à Legítima Defesa reconhece a entrega voluntária de armas como positiva, mas é contra a proibição total pelo governo porque reagir ou não a um ato de violência é uma decisão pessoal de cada um. Para tentar reduzir os homicídios, o grupo defende como alternativa mais viável o rigor no combate ao contrabando e penas de prisão severas para quem seja detido portando uma arma ilegalmente.

Comitês estaduais de apoio ou contra o desarmamento estão sendo criados em todo o país envolvendo autoridades, igrejas e organizações não-governamentais. Diante de um tiroteio de informações, cabe ao eleitor decidir de que lado ficar.

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