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Ducci, Ratinho Jr. e Fruet: ex-prefeito e o atual negam ter recebido verba da empreiteira. Ratinho não foi encontrado. | Hugo Harada/Gazeta do Povo/Arquivo
Ducci, Ratinho Jr. e Fruet: ex-prefeito e o atual negam ter recebido verba da empreiteira. Ratinho não foi encontrado.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo/Arquivo

Os três candidatos que ficaram nos primeiros lugares da eleição para prefeito em Curitiba em 2012 aparecem como possíveis beneficiários de uma contabilidade paralela da Odebrecht. As tabelas foram publicadas pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues, no portal da internet UOL, depois de os diretores da empreiteira, incluindo Marcelo Odebrecht, terem decidido fazer delação premiada. Os documentos, segundo o jornalista, foram liberados pela Justiça Federal na terça-feira (22).

Na lista, aparecem registros de supostas doações para os candidatos do PDT, do PSC e do PSB em Curitiba. Eles eram respectivamente o atual prefeito Gustavo Fruet, o secretário de Desenvolvimento Urbano Ratinho Júnior e o deputado federal Luciano Ducci.

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A relação, segundo o blog de Fernando Rodrigues, teria sido encontrada na fase Acarajé, da Operação Lava Jato, um mês atrás. Nela, aparecem 200 políticos de 18 partidos e de vários estados. As planilhas estariam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura.

A tabela publicada no blog, dividida por estados, tem cinco linhas dedicadas ao Paraná. Os três partidos que participaram da campanha de 2012 com candidatos que tinham chances de ir ao segundo turno aparecem com doações de R$ 250 mil.

Em um outro arquivo, aparecem os nomes dos candidatos com registros de supostas doações. Luciano Ducci teria recebido R$ 500 mil, Gustavo Fruet R$ 300 mil e Ratinho é citado com R$ 250 mil.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a assessoria de Fruet, que afirmou que o prefeito jamais recebeu dinheiro da Odebrecht em nenhuma campanha eleitoral. A prefeitura também diz que não tem negócios com a empreiteira. Segundo a assessoria de Fruet, ele nunca recebeu doações ilícitas. A assessoria afirma que o prefeito recebeu R$ 900 mil do diretório do PDT em 2012, e que sobre esse dinheiro a candidatura não tinha controle.

Luciano Ducci afirmou que não tinha conhecimento de qualquer doação da Odebrecht para sua campanha. “Nunca recebi nada deles, nem tenho qualquer contato com a empresa. Desconheço isso”, disse. “Na minha campanha à reeleição, em 2012, não recebi recursos da Odebrechet. Todas as doações de minha campanha estão com origem declaradas na minha prestação de contas, seja pessoa física ou jurídica aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Sobre os recursos recebidos do diretório do PSB, em 2012, não tínhamos controle sobre sua origem. Vale destacar que a Prefeitura de Curitiba não mantinha contratos com a Odebrechet”, disse o ex-prefeito, em nota.

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Em nota, Ratinho Jr. afirma que as doações de campanha foram declaradas à Justiça Eleitoral e nega doações ilegais. “Com relação ao veiculado nos meios de comunicação no dia de hoje, o deputado licenciado Ratinho Junior informa que todas as doações recebidas em suas campanhas, inclusive as oriundas do Diretório Nacional do PSC, foram devidamente declaradas à Justiça Eleitoral, cujas prestações de contas foram aprovadas pelo TRE-PR”, diz a nota.

Outros paranaenses

A lista de Fernando Rodrigues traz ainda outros políticos paranaenses: o governador Beto Richa (PSDB), a senadora Gleisi Hoffmann (PT), o ex-ministro Paulo Bernardo (PT), Jorge Samek (diretor brasileiro de Itaipu), Marcia Lopes (irmã do ex-ministro Gilberto Carvalho que disputou a prefeitura de Londrina em 2012 pelo PT) e os deputados federais Luiz Carlos Hauly (PSDB) e Ricardo Barros (PP). Há ainda uma menção ao nome Lupion, provavelmente o ex-deputado federal Abelardo Lupion (DEM).

Em nota, Jorge Samek se disse indignado com a inclusão de seu nome na lista da Odebrecht e afirmou que abre mão dos seus sigilos fiscais e bancários à Justiça. Também em nota, Ricardo Barros declarou que a campanha de seu aliado Ricardo Pupin a prefeito de Maringá, em 2012, não recebeu doações da empreiteira e que todas as contribuições foram legais e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Os outros citados não foram encontrados para comentar o assunto.

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