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Atualizado em 17/05/2006 às 18h47

Em depoimento na CPI do tráfico de armas, o funcionário terceirizado da Câmara dos Deputados Arthur Vinícius Pilastre Silva confessou que vendeu por R$ 200 uma fita de vídeo com a gravação do depoimento dos delegados Rui Ferraz e Godofredo Bittencourt, diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), feito em caráter reservado na quarta-feira da semana passada à comissão parlamentar.

No depoimento, os delegados diziam que Marcos Williams Herbas Camacho, o Marcola, seria transferido para o presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, o que teria provocado a reação da organização criminosa que está por trás dos ataques, que tem o criminoso como um de seus principais líderes.

Segundo a assessoria da CPI, o funcionário contou que foi procurado por dois advogados de na mesma quarta-feira e vendeu a fita por R$ 200. Em seguida, a fita foi divulgada por teleconferência para as penitenciárias de São Paulo. A CPI do Tráfico de Armas vai pedir a prisão dos advogados Maria Cristina Souza Rachado e Sérgio Wesley da Cunha, responsáveis pela defesa de Marcola.

Pilastre Silva disse que vendeu a fita sem saber o conteúdo da gravação. Alegou que apenas desliga o alto-falante e monitora o trabalho pelas luzes do som. Quando viu os ataques em São Paulo, no fim de semana, teria se arrependido, revelado tudo à chefia e pedido demissão.

O Ministério Público informou que vai apurar a existência ou não de acordo entre autoridades do governo paulista com o crime organizado para colocar fim à onda de terror em São Paulo. Nesta quarta-feira, o governador Claudio Lembo admitiu que uma advogada do criminoso foi levada à penitenciária de Presidente Bernardes num avião da Polícia Militar e que autoridades participaram do encontro dela com Marcola. Ele negou, no entanto, que tenha sido feito algum acordo.

A advogada que visitou Marcola na prisão disse que foi apenas um gesto de boa vontade do governo.

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