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A Fundação Casa (antiga Febem) colocou seis funcionários para garantir a segurança da Unidade Experimental de Saúde da Vila Maria, na zona norte de São Paulo, onde Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, de 20 anos, está internado desde a noite de quinta-feira. Na madrugada de quarta-feira, o jovem, assassino de Liana Friedenbach, fugiu de uma outra unidade da fundação, também na Vila Maria.

Inaugurada em 18 de dezembro do ano passado e com capacidade para receber 40 internos, essa unidade nunca foi ativada pelo governo do estado e jamais recebera internos antes. Foi preciso reabri-la às pressas na quinta-feira para abrigar Champinha, atendendo a uma determinação da Justiça. O governo planejava encaminhá-lo para o presídio da Casa de Custódia de Taubaté, no Vale do Paraíba (a 140 km da capital), mas o juiz Trazíbulo José Ferreira da Silva, da Vara de Execuções da Infância e da Juventude, indeferiu o pedido.

O governo do estado teve que remanejar funcionários de outras unidades para trabalhar provisoriamente na Unidade Experimental de Saúde da Vila Maria, construída para receber internos com problemas psicológicos. Apenas Champinha está internado no local.

Na manhã desta sexta-feira, operários trabalhavam para reforçar uma grade de proteção do complexo, cuja construção custou R$ 2 milhões para os cofres do governo do estado de São Paulo. Segundo um funcionário da Casa, Champinha chegou ao local demonstrando tranqüilidade, mas bastante calado. Ele não falou com nenhum funcionário. Já na manhã desta sexta, o adolescente recebeu a visita de um psicólogo do governo do estado. Ele ficará sozinho em uma das cinco casas que compõem a unidade.

R.A.N., de 17 anos, o jovem que fugiu com Champinha da Unidade Tietê da Fundação Casa, foi identificado no boletim de ocorrência da fuga pelo apelido de Satanás. Cumpriu um ano e seis meses de medida socioeducativa, por roubo (com uso de arma) e tentativa de estupro, na Unidade Abaeté da Vila Maria.

Conhecido nessa unidade como articulador, dono de idéias estruturadas e com dificuldade de se adaptar às regras, R. tem o típico perfil de liderança, só que negativa. Ele foi transferido para a Tietê após espancar um funcionário, na sexta-feira passada. Estava jurado de morte pelos outros internos por não devolver a eles objetos que pedia emprestado. A fundação justifica que a transferência era necessária por conta do risco na unidade.

Encontro indevido

Na Tietê, R. ficava isolado dos demais infratores, mas tinha a companhia de D.L.S., apontado como o interno que distraiu o agente que cuidava deles na hora da fuga, e de Champinha, dono do tipo de perfil que jamais poderia se encontrar com R.

- Os laudos apontam que Champinha é influenciável. Não se aconselha que fique com alguém com o perfil do outro rapaz - diz o jurista Luiz Flavio Gomes.

No dia da fuga, a fundação alegou não ter local para acolher R., o chamado seguro. Após recapturado, quinta-feira, ele foi levado para a Unidade 5 do Tatuapé, conhecida por receber infratores ameaçados pelos demais.

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