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Brasília - Setores do PT trabalham para que empresas estatais possam financiar campanhas eleitorais. A ideia é criar um fundo para bancar campanhas para presidente, governadores, prefeitos, deputados e vereadores.

Prevista no relatório de Henrique Fontana (PT-RS), relator da reforma política na Câmara, a criação do Fundo de Financiamento de Cam­­panhas Eleitorais (FFCE) é tão polêmica que desperta reações nos partidos aliados e até no PT.

"Não é por vias transversas, como as estatais, que vamos ter o financiamento público", diz o senador Wellington Dias (PT-PI). "Não dá para pôr empresa estatal no fundo. Não acredito que o financiamento público seja aprovado no Congresso", opina o senador Walter Pinheiro (PT-BA).

Fontana diz que as empresas privadas terão, ao fazer doações para o fundo, "a oportunidade de provar que estão dispostas a contribuir para a democracia, que não há vinculação entre contribuição e retorno em favores parlamentares." As estatais, acredita, também poderiam doar porque o dinheiro chegaria ao fundo sem endereço partidário. Além disso, a distribuição seria feita pela Justiça Eleitoral e com critérios previamente definidos.

O principal argumento contra o projeto é a falta de dinheiro para outros setores, como saúde e segurança. "Como ex­­­plicar o financiamento público num momento de crise econômica?", questiona o líder do PP na Câmara, Agnaldo Ribeiro (PB).

"A proposta tem pouca eficácia. Que empresário vai querer doar sem saber para quem vai o dinheiro?", questiona o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP). "Empresas que hoje são fortes doadoras vão ficar menos generosas quando o dinheiro for para um fundo público", diz Chico Alencar (RJ), líder do PSol na Câmara.

O PMDB também tem restrições. "Se tivesse uma forma de enxugar os partidos, eu seria favorável. Mas com a quantidade de partidos que têm hoje, não dá", afirma o presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO).

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