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A reunião da CPI dos Sanguessugas desta terça-feira foi marcada por um áspero bate-boca entre o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dos sub-relatores da comissão, e o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), integrante da CPI. Gabeira queixou-se de que Salgado foi "bastante duro" com a CPI, por ter enviado ao presidente do Senado, Renan Calheiros, um ofício acusando a comissão de não garantir o direito de defesa aos 90 parlamentares convocados a prestar esclarecimentos; vazar para a imprensa documentos que estão sob segredo de Justiça; e tomar decisões com reduzido número de opiniões.

O sub-relator defendeu-se argumentando que, independentemente de convocação, todos os membros da CPI estavam tendo acesso a documentos e ajudando na tomada de decisões, desde que comparecessem à sala de reuniões. Gabeira chegou a levantar asuspeita de que Wellington está tentando sabotar os trabalhos da comissão, por ser contra a CPI.

O sub-relator também acusou Wellington Salgado de beneficiar seus interesses empresariais, já que é proprietário de universidade e preside a Comissão de Educação do Senado.

- O senhor devia pedir demissão da Comissão de Educação - exigiu o deputado.

Gabeira mencionou uma suposta troca de favores entre Wellington e Renan Calheiros. O primeiro teria presenteado o presidente do Senado com uma TV de plasma, depois de ter "ganhado" de Renan um terreno no valor de R$ 6 milhões.

Em sua defesa, Wellington admitiu ser amigo do presidente do Senado, mas garantiu nunca ter se aproveitado dessa amizade. Quanto ao terreno, não teria ganho "de presente", mas comprado quando Renan era vice-presidente da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (Cnec), e a entidade colocou o terreno à venda. O senador observou que foi eleito por unanimidade para a presidência da CE, fato que o deixa orgulhoso, além de seu desempenho empresarial.

- Ao contrário do senhor deputado, que fez história seqüestrando - disse Wellington.

O presidente do Senado disse nesta terça-feira que não pretende interferir em polêmicas relativas ao trabalho da CPI dos Sanguessugas. Renan Calheiros quer se manter isento, já que terá de tomar decisões quando o relatório for concluído e encaminhados à Mesa do Senado os nomes dos senadores acusados de quebra de decoro.

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