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Rangel e Nazário: CPI quer saber quais gabinetes estariam grampeados | Hedeson Alves/ Gazeta do Povo
Rangel e Nazário: CPI quer saber quais gabinetes estariam grampeados| Foto: Hedeson Alves/ Gazeta do Povo

Interior

Alep faz sessão extra em Londrina

Dezenove deputados vão participar de uma sessão extraordinária hoje na Câmara Municipal de Londrina, a partir das 18 horas. A sessão não será deliberativa. O presidente do Legislativo, Valdir Rossoni, fará uma "prestação de contas" dos seus 45 dias de gestão à frente da Casa. Alguns deputados podem marcar posição, fazendo uso da palavra. Os parlamentares devem aproveitar a ida a Londrina para comparecer à festa de lançamento da Exposição Agropecuária da cidade.

Fábio Silveira, Jornal de Londrina

Legislativo quer reduzir gastos com produção para a TV Sinal

O primeiro-secretário da Assembleia Legislativa do Paraná, Plauto Miró (DEM), anunciou ontem que a Casa vai abrir nas próximas semanas licitações para uma série de serviços prestados ao Legislativo, que somaram R$ 14,2 milhões de despesas no ano passado. Segundo ele, dos 36 contratos em vigor atualmente, 18 estão vencidos e terão o serviço licitado. Em relação aos outros 18, o novo comando da Casa tentará negociar com as empresas para reduzir o custo dos contratos.

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Em reunião da CPI dos Grampos ontem na Assembleia Legislativa do Paraná, foi aberta a possibilidade de que outros pontos da Casa estivessem sob escuta além daqueles identificados no início do mês passado. No depoimento prestado aos deputados, Jeferson Nazário, sócio da Embrasil, que foi contratada para fazer uma varredura contra grampos na sede do Legislativo, afirmou que os técnicos da empresa encontraram fios soltos na central telefônica referente aos gabinetes parlamentares. A informação, que até então não tinha sido divulgada, passará a ser alvo de investigação da CPI.

Na varredura realizada no prédio da administração da Assem­bleia, a Embrasil encontrou três equi­pamentos eletrônicos que su­postamente poderiam fazer es­cuta ambiental. Também foi lo­ca­lizado um grampo – em relação ao qual já existe a confirmação que fazia escutas ilegais – num aparelho telefônico usado pelo presidente numa sala anexa ao plenário. Além disso, a empresa disse não ter encontrado nenhum dos aparelhos comprados em uma licitação aberta em abril de 2010 para a aquisição de "aparelhos detectores e bloqueadores de sinal para serem instalados na sala de reunião da presidência".

As informações foram reafirmadas ontem à CPI por Jeferson Nazário. "Que havia uma série de irregularidades, está claro. Mas somente a perícia poderá dizer com precisão a funcionalidade daqueles equipamentos", disse. A novidade no depoimento dele foi a declaração de que havia indícios na central telefônica da Casa de que os gabinetes parlamentares também poderiam estar grampeados. De acordo com ele, a suspeita não foi investigada porque não fazia parte do serviço para o qual a Embrasil foi contratada.

"Trata-se de mais uma denúncia grave. Com base nessa informação, enviaremos um ofício à Embrasil para saber quais telefones de gabinetes poderiam estar grampeados", disse Marcelo Rangel (PPS), presidente da CPI.

Já o diretor do Instituto de Criminalística, Carlos Lima, teve de dar explicações a respeito da demora da entidade em apresentar o laudo técnico dos aparelhos encontrados na Assembleia. Segundo ele, apesar da prioridade dada ao caso, a deficiência no número de peritos e a falta de equipamentos prejudicam o trabalho da perícia. "Salvo um problema de última hora, o laudo deverá estar concluído até a semana que vem", afirmou, sem adiantar detalhes do que já foi apurado.

"Essa informação é fundamental para a continuidade da CPI, que será pautada por esse laudo. Por isso depositamos toda nossa confiança no Instituto de Crimina­lística", ressaltou o relator da comissão, deputado Mauro Moraes (PSDB), que pediu total empenho de Lima no caso.

Ausência

Marcos Aurélio Menestrina, proprietário da empresa vencedora da licitação para a compra de equipamento para bloqueio de sinal de telefones celulares pela Assembleia, não foi prestar depoimento à CPI e vai receber uma convocação de comparecimento – nesse caso, ele é obrigado a ir depor. Adquirido no ano passado, o aparelho, que não foi localizado na Casa, custou R$ 24,3 mil – oito vezes mais do que o preço de mercado, que é de R$ 2,6 mil. Além disso, a compra está sob investigação da Anatel, uma vez que esse tipo de aparelho pode ser usado apenas em presídios, com autorização do Ministério da Justiça.

Ao final da reunião, os integrantes da CPI aprovaram uma visita ao Instituto de Crimi­­nalística para os próximos dias, em que os parlamentares terão acesso aos equipamentos encontrados na Assembleia e poderão conversar informalmente com os peritos. Além disso, foram aprovados convites para prestar depoimento ao ex-coordenador técnico da Casa, Francisco Ricardo Neto, que solicitou a licitação; a Eron Abboud, ex-diretor-geral, que autorizou a compra; e a Antonio Carlos Walger, técnico da Embrasil que comandou a varredura no início de fevereiro.

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