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Depois do encontro do PT com governadores aliados - recém-eleitos e atuais - o presidente do partido, Marco Aurélio Garcia, disse nesta segunda-feira que o candidato petista lançado semana passada à presidência da Câmara, o líder do governo Arlindo Chinaglia (SP), é um bom nome, mas que terá de ser aprovado pela base que comporá o segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele se mostrou flexível para que os partidos de coalizão cheguem a um candidato único.

- Nós queremos ter um candidato para a presidência da Câmara. O Arlindo é um nome pra valer, mas é um nome muito bom que está sendo submetido à coalizão. Eu acredito que ele possa ser o presidente da Câmara, mas isso não é uma coisa inamovível. O Arlindo não quer ser um candidato do PT, ele quer ser o candidato da base. Nós queremos um candidato único - disse.

Já o governador do Acre, Jorge Viana (PT), apresentado por Garcia como o governador "futuramente com funções que o farão sentir saudade do governo do Acre", disse que o fato de a base do governo ter dois candidatos para o posto é problemático.

- Não gostaria de me meter, mas o fato de existirem, até agora, duas candidaturas da base é um grave problema político. Temos que exercitar a coalizão, então, esse é um péssimo exemplo, porque se a gente não tiver entendimento na área que só político se mete, a gente corre o risco de perder de novo - disse Viana, numa referência à derrota na semana passado do candidato petista à vaga do TCU para a oposição.

- Se a gente apresentar duas, três candidaturas, ninguém vai entender que coalizão é essa - completou.

Já O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), evitou polemizar com o PT. Questionado se não era um equívoco mais uma vez a base aliada apresentar dois candidatos, Aldo disse que todos os partidos têm direito de disputar a sucessão e voltou a dizer que sua candidatura só será apresentada se tiver amplo apoio na Câmara .

Marco Aurélio Garcia falou que o segundo mandato de Lula deve construir um governo de coalizão no sentido amplo. Segundo ele, o partido está aberto para novas idéias, mas admitiu, no entanto, que essa arrumação inclui também a acomodação de interesses de todos os partidos da base, o que será resolvido com "muita conversa".

- Não devemos ser ingênuos a ponto de achar que coalizão só se faz em torno de idéias. Ela se faz em torno de idéias e de interesses. E agrupar em torno de idéias às vezes é mais fácil de acomodar do que os interesses. As idéias não vão se diluir. Os interesses, que são mais difíceis de compatibilizar, vão ser resolvidos com muita conversa. Não foi inventado nenhum lubrificante melhor que a saliva - disse.

Garcia defendeu que o PT tenha unidade, o que seria fundamental para juntar a base em torno dos programas de Lula. E que é natural que cada partido que integrará o governo tenha seu próprio programa, mas que é necessário que todos adiram ao programa de coalizão. Ele ressalvou que a ampliação da base aliada não vai "botar água" no programa do PT.

- É claro que essa coisa de abrir mão das suas idéias percorre todos os partidos e nenhum partido quer abrir mão de suas idéias. Mas um programa de coalizão difere dos programas dos partidos. Nós fomos eleitos com um programa de governo e não foi para enganar o eleitor. Os programas de Lula vão servir de base para um governo de coalizão - afirmou.

Perguntado se o PT estaria apreensivo com relação à distribuição de cargos e a potencial perda de espaço no futuro governo, Marco Aurélio recorreu a uma comparação futebolística:

- No PT nós estamos tranqüilos. É claro que compor o Ministério é como compor a seleção brasileira. Sempre quem ficar de fora não vai gostar muito, mas ele sabe que lá pelas tantas ele pode voltar à seleção.

Questionado se Viana, que encerra seu mandato como governador no final deste mês, seria ministro de Lula, Marco Aurélio Garcia disse:

- Você acha que o Jorge vai ficar sem função importante neste governo? Mas eu fiz foi um vaticínio.

Jorge Viana, por sua vez, desconversou sobre o assunto. Cotado para o Ministério do Meio Ambiente caso Marina Silva deixe o cargo, o governador do Acre defendeu a permanência da ministra .

Com o tema "Desafios e Soluções na relação do Executivo e Legislativo com base nas experiências do Acre, Piauí e Mato Grosso do Sul", o encontro pretende buscar soluções para as relações entre o governo e as forças políticas do Legislativo nos encaminhamentos de matérias orçamentárias e projetos de lei federal, estadual e municipal. Será discutido ainda o intercâmbio entre o partido, a bancada estadual e o governo federal.

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