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O presidente do TC-PR, Artagão de Mattos Leão (à direita) acompanha a palestra do ministro João Augusto Ribeiro Nardes, presidente do TCU, na manhã desta segunda-feira (3) em Curitiba | Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo
O presidente do TC-PR, Artagão de Mattos Leão (à direita) acompanha a palestra do ministro João Augusto Ribeiro Nardes, presidente do TCU, na manhã desta segunda-feira (3) em Curitiba| Foto: Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Dez em cada dez administradores públicos têm na falta de recursos um dos principais motes de seu discurso. Seja em âmbito federal, estadual ou municipal, o pouco dinheiro em caixa diante de uma elevada demanda de obras e serviços é a principal justificativa usada quando se fala na escassez de investimentos. Para Augusto Nardes, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), o problema não está na falta de verbas, mas na forma como elas são gerenciadas. "No Brasil gasta-se muito dinheiro público de forma errada", aponta. Ausência de planejamento e dificuldade em identificar os gargalos do setor público estão entre as causas para o mau gerenciamento.

Nardes esteve na manhã desta segunda-feira em Curitiba, onde participou de um debate organizado pelo Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR) para comemorar os 66 anos do órgão. Com o tema "Os Novos Desafios dos Órgãos de Controle", o evento reuniu especialistas do meio jurídico e administrativo para discutir formas de aprimorar os mecanismos de fiscalização da gestão pública.

Em sua apresentação, o presidente do TCU apresentou os números de alguns setores do governo federal, como a educação, na qual apenas 45% dos recursos orçamentários vão para investimento. No saneamento esse percentual é de 28% e na saúde 27%. "Isso acontece porque os governantes não têm capacidade de gestão, os produtos finais não chegam à população. O brasileiro paga 36% do PIB [Produto Interno Bruto] em impostos e não tem retorno. O dinheiro público é mal gerido", resume.

A fim de orientar os gestores sobre a melhor aplicação do dinheiro público, o TCU iniciou uma parceria com os tribunais de contas estaduais, através da qual serão realizadas auditorias segmentadas. A primeira, a ser iniciada ainda este ano, terá como alvo a educação. No ano que vem será a vez da saúde. O objetivo é não apenas levantar irregularidades, mas indicar a causa desses problemas. "Vamos continuar enxugando gelo? Temos que indicar onde estão os gargalos e que causas levaram ao descumprimento da legislação", afirmou. Para ele, a falta de planejamento é a principal responsável por problemas em obras e programas.

Corrupção

O evento no TCE contou também com a participação de Sérgio Kukina, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Para o magistrado, é necessário um trabalho conjunto entre governos, órgãos de fiscalização e sociedade civil para melhorar a gestão pública e combater a corrupção. "Os mecanismos legais existem. Dependemos apenas da boa vontade, do esforço e da eficiência das instâncias publicas responsáveis pelo enfrentamento da corrupção. A eficiência só será verdadeiramente alcançada na medida que derrotemos todo e qualquer foco de corrupção que exista no serviço público", frisou.

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