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STF condena José Dirceu, Genoino, Delúbio e mais 5 por corrupção ativa

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem pela condenação dos petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares

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O ex-presidente do PT José Genoino entregou o cargo de assessor especial do Ministério da Defesa nesta quarta-feira (10). Ele participou pela manhã de reunião do Diretório Nacional do PT.

O Palácio do Planalto avisara ao Ministério da Defesa que Genoino teria de pedir demissão do cargo no governo quando terminasse o julgamento de sua participação no mensalão.

Genoino anunciou a saída do governo durante a leitura de uma carta na sede do PT em São Paulo. O petista não respondeu as perguntas dos jornalistas. O pronunciamento durou cerca de cinco minutos. Cercado por assessores, ele leu a carta com as mãos trêmulas. "Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes", afirmou o ex-presidente do PT. "Não me envergonho da nada."

Ele também falou que existe uma campanha de ódio contra o PT. "A minha condenação é uma tentativa de condenar todo um partido", afirmou. "Mas eles fracassarão. O julgamento da população sempre nos favorecerá, pois ela sabe reconhecer quem trabalha por seus justos interesses. Ela também sabe reconhecer a hipocrisia dos moralistas de ocasião", completou.

Segundo Genoino, o julgamento está sendo feito em meio "a diuturno e sistemática campanha de ódio contra o PT". "Nessas condições, como ter um julgamento justo e isento? Como esperar um julgamento sereno no momento em que os juízes são pautados por comentários políticos?", questionou.

Genoino: "Vivo a sensação de estar numa noite escura"

Após ser condenado nesta terça-feira (9) por corrupção ativa pelo Supremo Tribunal Federal, o ex-deputado José Genoinodisse que vivia a sensação de estar "numa noite escura", sem ser ouvido. Genoino acompanhou o julgamento em casa e disse que recorrerá até à corte internacional, se for necessário, para provar sua inocência no processo do mensalão.

"Sou inocente. Estou revoltado e indignado com essa condenação injusta e cruel", afirmou Genoino ao Estado. "É a sensação de estar numa noite escura e de ser condenado injustamente. A coragem é que dá sentido à luta pela liberdade."

A presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ligaram para ele logo após a sessão do Supremo que selou o seu destino, manifestando solidariedade.

Ex-presidente do PT, Genoino ficou abatido com o voto do ministro José Antônio Dias Toffoli, que o culpou por ter avalizado empréstimos para o PT, considerados fajutos. Toffoli já foi advogado do PT e sua sentença causou perplexidade. Aos amigos, o ex-deputado disse que o ministro o conhece bem e, por isso, "deveria saber" que ele não cuidava das finanças do partido.

Genoino assumiu a presidência do PT a contragosto, em 2003, atendendo a pedido de Lula. Ele substituiu José Dirceu, alçado à Casa Civil.

Nos últimos dias, Genoino mostrou sinais de depressão. Ao comparecer à seção eleitoral para votar, no domingo, perdeu a calma com jornalistas. "Vocês são urubus que torturam a alma humana", disse ele, que hoje é assessor do Ministério da Defesa. Ex-guerrilheiro, Genoino lembrou até mesmo os tempos da ditadura para criticar a imprensa. "Antes, a tortura era com pau de arara. Agora é com a caneta", insistiu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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