Inspirado depois da cerimônia da Ordem do Mérito Cultural, que reuniu no Palácio do Planalto volumosa platéia de artistas e intelectuais, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, admitiu que gostaria de continuar no cargo, mas disse que também tem questões pessoais a considerar. Ele informou que só tomará uma decisão depois de conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito. Gil pediu que não se especulasse sobre o assunto e assegurou que questões profissionais não estariam pesando em sua decisão, e sim o lado pessoal, como a possibilidade de ficar mais tempo em casa.
- Gostaria de continuar, ainda que possa não ficar - disse Gil.
Perguntado se permaneceria, caso Lula pedisse, o ministro respondeu novamente de maneira enigmática:
- Poderei chegar a aceitar ficar. Poderei não ficar. Há apelos de dentro de mim mesmo para ficar e para sair. Esperem, sejam generosos com o tempo, com a história, com a vida.
Segundo ele, a questão profissional não constitui um empecilho para sua permanência na pasta.
- A vida profissional não terá peso nenhum na minha decisão. Só compus duas músicas com o Jorge Mautner (autor de 'O Vampiro', gravada por Caetano Veloso e 'Maracatu Atômico', por Chico Science e Gil) em quatro anos. Não tenho necessidade nenhuma de compor mais. A vida musical para mim é o meu prazer. Nem a questão da sobrevivência está mais em pauta. Se vier a deixar o ministério, é muito mais para ficar em casa com o meu silêncio - disse Gil sorrindo.
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