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O governador Roberto Requião (PMDB) está lançando uma campanha de mobilização popular contra o Banco Itaú para ganhar aliados na briga judicial iniciada há três anos. Durante reunião semanal do secretariado, ontem em Curitiba, ele fez duras críticas a membros do Judiciário que estão concedendo decisões desfavoráveis ao estado, criticou a administração anterior por assinar contratos considerados lesivos ao Paraná e pediu a ajuda da sociedade organizada.

"Faço um apelo ao PT, a todos os partidos políticos, a OAB e ao Conselho Regional de Engenharia para que somem forças contra o roubo e a exploração que estamos sendo submetidos pelo Itaú. Que se manifeste a sociedade organizada política e institucional a respeito dessa questão. As pessoas que desejam colaborar com o governo nesse confronto e enfrentamento devem se dirigir ao Sérgio Botto", sugeriu o governador. "Do jeito que está, quem vai acabar preso é o governador por não deixar que o Paraná seja roubado pelo Itaú".

A crítica é uma referência à decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4.ª Região, que determinou a manutenção do contrato das contas do estado com o Banco Itaú. O governador reafirmou que existem decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal de Justiça do Paraná favoráveis ao Executivo. "Lutamos contra um maldito contrato e um desembargador extremamente generoso dá uma sentença afirmando que contratos têm que ser observados, mesmo que seja uma patifaria", afirmou.

Uma das cláusulas do acordo questionada pelo governo é a prorrogação por mais cinco anos da exclusividade das contas no Itaú. A mudança foi assinada em 26 de outubro de 2002, faltando ainda três anos para vencer o contrato que estava em vigor. A última decisão judicial obriga o estado a manter as contas no Itaú.Precatórios

No encontro com a equipe de governo, os secretários Reinhold Stephanes (Administração), Luiz Fernando Delazari (Segurança Pública) e o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda fizeram um histórico desde 1998, quando o ex-governo assinou o acordo de privatização do Banestado, comprado no ano seguinte pelo Banco Itaú.

Stephanes lembrou que mais da metade das operações financeiras de 95 a 98 no Banestado foram irregulares, com "alto grau" de corrupção. Só o desvio de dinheiro na Banestado Leasing chegou a R$ 300 milhões através de empréstimos sem garantia.

No período ocorreu uma das operações que vem sendo alvo de outra ação judicial por parte do atual governo. Segundo Stephanes, a Secretaria do Tesouro Nacional, o Banco Central e o Senado aprovaram a possibilidade de Guarulhos, Osasco, Alagoas e Santa Catarina emitirem títulos para pagamento de precatórios. "O Banestado, em 97, que já tinha decretado falência adquiriu os títulos por quase R$ 500 milhões, um valor muito alto para um banco que já estava no interbancário", disse o secretário da Administração. "O estado assumiu os títulos com a promessa de injetar o dinheiro no Banestado e dava como garantia as ações da Copel", emendou.

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