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Preocupado com a ausência de uma agenda de prioridades para o país, um grupo de governadores aliados marcou um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para esta quinta-feira com o objetivo de difinir uma pauta de reformas para o próximo ano. A idéia do grupo é aproveitar o capital político acumulado por Lula no segundo turno das eleições presidenciais para pôr em discussão as reformas política, tributária e até mesmo a da Previdência, que não é consenso no núcleo do governo.

A avaliação dos novos governadores é que, diferentemente do primeiro mandato, o presidente Lula agora conta com o apoio da maioria dos estados, e com isso terá mais facilidade de enfrentar temas que sofreram resistências nos primeiros quatro anos de governo petista.

- O presidente Lula tem que aproveitar a gordura adquirida nesta eleição para fazer o que for preciso. Essa não será uma reunião de grandes decisões. Mas começaremos a estabelecer uma pauta de prioridades comuns entre o governo federal e os estados. Há um sentimento de colaboração dos novos governadores. E temos que usar isso em favor do país - disse Jaques Wagner, governador eleito da Bahia pelo PT.

Está sendo analisada, inclusive, a possibilidade de ser feita uma carta desse grupo de governadores em defesa de pontos políticos e econômicos como desenvolvimento, crescimento e governabilidade. Só ontem, depois de uma sinalização positiva do presidente Lula, é que os governadores começaram a ser chamados pelos colegas petistas Marcelo Déda (SE), Jaques Wagner e Wellington Dias (PI).

A idéia é oferecer um almoço nesta quinta-feira, ao presidente Lula, num hotel de Brasília. Mas até o início da noite, vários governadores ainda não tinham sido avisados. Para Déda, outro ponto da reunião será a agenda política, para reforçar a governabilidade do segundo mandato de Lula.

- Há um grupo de governadores que querem cooperar e construir uma agenda comum dentro de um projeto de governo de coalizão. Nossa idéia é dar sustentação política ao governo federal, estabelecer metas e reforçar a governabilidade - ressaltou Déda.

O governador eleito Jaques Wagner ressalta, porém, que a intenção não é formar um grupo de governadores aliados, o que estabeleceria uma divisão. Mas sim, um grupo de governadores interessados em colaborar com a gestão de Lula. Porém, mesmo entre os alinhados com o Palácio do Planalto, o presidente enfrentará cobranças por temas impopulares para a gestão petista.

Para o governador Paulo Hartung (PMDB-ES), está na hora de o governo enfrentar o déficit da Previdência. Segundo ele, só a legitimidade alcançada nas urnas no segundo turno vai possibilitar ao presidente Lula fazer as reformas estruturais do país.

- Não tem mais como o governo tocar outros quatro anos sem abordar as reformas estruturais. Não é possível que o déficit de R$ 40 bilhões da Previdência esteja fora da agenda do Brasil, principalmente num país carente de recursos. Ter base política é fundamental para a sustentação de um governo. Mas é preciso apresentar uma proposta definida ao país para aproveitar a janela aberta em 2007 em cima de uma agenda clara - cobra Paulo Hartung.

Esta não será a única reivindicação dos governadores aliados. Vários deles cobram o empenho do Planalto para aprovar as reformas política e tributária. Hoje pela manhã, os governadores do Nordeste estão reunidos na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, para reivindicar a aprovação do projeto de lei de recriação da Sudene. O encontro é realizado com a bandada de parlamentares nordestinos.

- Há quatro anos o projeto de recriação da Sudene está parado. Está na hora de aprová-lo. Já na pauta das reformas, a principal é a política com a fidelidade partidária. Ísso vai facilitar a relação entre o Executivo e o Congresso - observou o governador eleito do Ceará, Cid Gomes (PSB)

- O presidente Lula vai começar a discutir as demandas dos governadores eleitos como a reforma tributária. Está na hora de diminuir a carga tributária e redistribuir o espaço com estados e municípios - cobrou o governador eleito do Maranhão, Jackson Lago (PDT).

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