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Paula Lima solta a voz na capital, nesta terça | Divulgação/Angélica Fenley Belich Assessoria em Comunicação
Paula Lima solta a voz na capital, nesta terça| Foto: Divulgação/Angélica Fenley Belich Assessoria em Comunicação

Nenhum projeto foi votado na sessão de ontem da Assembléia Legislativa por falta de quórum. Dos 54 deputados, 26 estavam presentes, dois a menos do que o mínimo necessário para votações. A derrubada da sessão foi provocada pela bancada do governo, que esvaziou o plenário para impedir a aprovação de pedidos de informações a secretários estaduais.

Os aliados do governador Roberto Requião (PMDB) não quiseram correr o risco de perder as votações. Dos 26 deputados presentes, 17 eram da oposição. Em minoria no plenário, a base governista decidiu esvaziar o plenário.

O líder do PMDB, Waldyr Pugliesi, admitiu a manobra. "Usamos uma tática de guerrilha. Escolhi o momento da luta, que tem que ser travada quando a gente tem vantagem, mas estávamos em minoria", disse.

O governo vem ganhando votações apertadas, às vezes com diferença de apenas um voto, e ontem estava em desvantagem ainda maior. Quatro governistas estão no Japão com o governador – Luiz Nishimori (PSDB), Alexandre Curi (PMDB), Caíto Quintana (PMDB) e Nereu Moura (PMDB) – e outro grupo de aliados foi à Foz do Iguaçu recepcionar o presidente Lula (PT) na solenidade de inauguração das últimas duas unidades geradoras de Itaipu Binacional.

A oposição criticou o esvaziamento da sessão, lembrando que no começo dos trabalhos, 29 deputados estavam presentes, quórum suficiente para as votações. "Eles ficaram com medo da oposição apresentar algo contra os interesses do governador", disse o vice-líder da oposição, Élio Rusch (DEM).

O presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (DEM), também não aprovou a tática. "É uma prerrogativa regimental esvaziar a sessão, mas não havia necessidade porque não há nada polêmico na pauta", disse. Na pauta de votações estavam sete projetos, dos quais seis eram declarações de utilidade pública e um que criava a semana estadual de segurança e saúde no trabalho.

O receio dos governistas não eram os projetos, mas os pedidos de informações. O presidente da Comissão de Saúde, Ney Leprevost (PP), estava pronto para votar o requerimento cobrando esclarecimentos da Secretaria Estadual de Saúde sobre a compra de medicamentos feitas com dispensa de licitação nos anos de 2003 a 2006. O deputado quer saber o motivo que levou o governador Roberto Requião a centralizar as liberações de compra. "Desde o início deste ano, o governador chamou para si a responsabilidade de autorizar as compras de remédios. Queremos saber o que está por trás disso", disse Leprevost.

O requerimento foi apresentado na quinta-feira, mas como a base aliada também estava desfalcada, pediu para adiar a discussão para ontem, o que acabou não ocorrendo novamente.

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