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Uma semana depois de ter anunciado a construção do terceiro aeroporto em São Paulo como uma das formas de desafogar Congonhas, o governo recuou. Em reunião de coordenação na manhã desta segunda-feira, o Palácio do Planalto decidiu adiar o projeto e acelerar outras duas medidas para reduzir o caos aéreo: a construção de um terceiro terminal e de uma terceira pista em Guarulhos e a implementação de um trem ligando o aeroporto de Cumbica ao centro de São Paulo. Outra medida importante, segundo avaliação do governo, é a ampliação do aeroporto de Viracopos, em Campinas, e a construção de um trem ligando-o a São Paulo.

O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, já havia dito que o novo aeroporto é obra "para 2050". O governo trabalha com um prazo menor que esse, mas não há uma data definida. Da reunião da coordenação de governo participou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, embora, originalmente, ele não integre o grupo que se reúne às segundas-feiras com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Jobim fez um relato ao presidente das ações que protagonizou desde que assumiu a pasta, na semana passada.

Jobim disse que já conversou com o prefeito de Guarulhos, Elói Pietá, e que para a construção da terceira pista e do terceiro terminal em Cumbica, será necessária a remoção de cinco mil famílias, e não 30 mil, como havia sido divulgado anteriormente.

Especialistas já haviam alertado que a construção de um terceiro aeroporto na capital é uma obra demorada e não de curto prazo. Portanto, para desafogar Congonhas, outras medidas deveriam ser priorizadas por Brasília. Para o presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo, Anderson Ribeiro Correia, professor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o projeto de um novo terminal levaria até uma década para ser concluído.

- Esta é uma proposta para médio prazo. É uma obra para ser concluída em 5 a 10 anos. Há necessidade de desapropriação, por exemplo - afirma.

Correia concorda que mais importante é discutir a construção de um terceiro terminal e uma nova pista no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Além disso, a ampliação precisa vir acompanhada de investimento em transporte público que facilite o acesso. A urbanista Regina Monteiro afirma que um trem entre Cumbica e o centro de São Paulo é fundamental.

- Hoje em São Paulo para chegar a Cumbica no horário do vôo, mesmo saindo quatro horas antes, o passageiro precisa torcer para que um caminhão não quebre na marginal. Esse fator tem que ser levado em conta - diz a urbanista.

Os especialistas lembram também do potencial de Viracopos, que apesar de ser muito utilizado para o transporte de cargas, tem um baixo aproveitamento para o transporte de passageiros.

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