Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

O governo do estado confirmou ontem que o governador Roberto Requião (PMDB) sabia do interesse e autorizou a Copel a comprar as ações da empresa francesa Sanedo (antiga Vivendi) no consórcio Dominó, sócio privado do governo na Sanepar, com 39% das ações. A assessoria de imprensa do governo informou ainda que isso jamais foi negado por Requião.

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Segundo o governo, o que Requião não sabia dentre os fatos que envolviam a negociação entre a Copel e a Sanedo era que a empresa francesa havia feito uma proposta a Botto para que ele advogasse em prol da companhia estrangeira, interessada na venda. O ex-procurador, porém, recusou a oferta de emprego.

A manifestação de ontem do governo foi uma resposta às declarações do ex-procurador-geral do Estado Sérgio Botto de Lacerda publicadas na quinta-feira pela Gazeta do Povo. Botto afirmou ter sido interlocutor no negócio com a participação e autorização de Requião. Ontem, o governo não negou que o ex-procurador intermediava as negociações com o consentimento de Requião.

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A assessoria do governador ainda informou que ele vinha anunciando publicamente, em várias ocasiões, o desejo de que o estado comprasse ações da Sanedo. Segundo o governo, Requião nunca concordou que, embora acionista minoritário, o consórcio tivesse controle administrativo na Sanepar. No início do mês, o governo obteve uma vitória na Justiça quanto a esse aspecto. O pacto de acionistas, assinado em 1998, que transferia o controle da Sanepar para o grupo Dominó foi anulado, em uma decisão de mérito.

O presidente do Conselho de Administração da Copel, João Bonifácio Cabral Júnior, ontem também divulgou uma nota oficial para comentar as declarações de Botto à Gazeta do Povo. Cabral Júnior também afirmou que "na condição de representante do acionista controlador – o estado do Paraná – o governador não apenas sabia como autorizou a Copel a comprar as ações que a empresa Sanedo (ex-Vivendi) possui na Dominó Holding S.A". "Tal autorização governamental, por evidente, não contemplava a possibilidade de conselheiro da Copel ou procurador do Estado entabular negociações paralelas com a Sanedo", afirma o presidente do Conselho da estatal de energia. Sérgio Botto de Lacerda, quando deixou o governo do estado, na semana passada, era membro do Conselho de Administração da Copel.