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Lista do nepotismo cruzado

Nepotismo cruzado entre deputados e o Executivo estadual:

Caíto Quintana (PMDB) – deputado estadual

Maristela Quintana – irm㠖 Secretaria Estadual da Educação

Odoni Quintana – irmão – Secretaria Estadual de Saúde

Aílton Quintana – irmão – Imprensa Oficial

Antônio Anibelli (PMDB) – deputado estadual

Antônio Anibelli Neto – filho – Secretaria Estadual dos Transportes

Péricles Holleben Mello (PT) – deputado estadual

Carmencita Holleben Mello Ditzel – irm㠖 Secretaria da Educação

Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) – deputado estadual

Juliana Romanelli – filha – Casa Civil

Hidekazu Takayama (PSC) – deputado federal

Patrícia Takayama – filha – Secretaria Estadual da Saúde

Carlos Simões (PTB) – deputado estadual

Lúcia Xavier Simões – irm㠖 Casa Civil

Dobrandino da Silva (PMDB) – deputado estadual

Celso Sâmis da Silvas – filho – Casa Civil

Max Rosenmann (PMDB) – deputado federal

Paulo Rosenmann – filho – Instituto de Pesos e Medidas (Ipem)

Rodrigo Rocha Loures (PMDB) – deputado federal

Maurício Requião – filho do governador Roberto Requião – empregado no gabinete do deputado, em Brasília

Fonte: Lista de cargos comissionados divulgada pelo governo do Paraná.

Filho de Requião é assessor de parlamentar federal

O deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que já foi chefe de gabinete do governador Roberto Requião (PMDB) em 2003 e 2004, não tem parente empregado no governo estadual. No caso dele, a situação é inversa. Ele emprega o filho de Requião, Maurício, em seu gabinete na Câmara Federal. O filho do governador atua como advogado do gabinete de Rocha Loures em Brasília.

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Prefeitura faz o mesmo com vereadores

A Câmara Municipal e a prefeitura de Curitiba também praticam o nepotismo cruzado. Em abril deste ano, a Gazeta do Povo publicou reportagem mostrando que pelo menos seis vereadores mantinham familiares com cargos comissionados no Executivo municipal.

Constavam da lista os parlamentares Julieta Reis (PSB), José Roberto Sandoval (PSC), Paulo Frote (PSDB), Jair Cézar (PTB), Custódio da Silva (PAN) e Mário Celso Cunha (PSDB). Todos eles admitiram ter parentes com cargos na prefeitura. No entanto, não viam o ato como nepotismo cruzado.

A prefeitura, à época, garantiu que todos os parentes de vereadores empregados na administração municipal eram competentes e capacitados. Na ocasião, o prefeito Beto Richa (PSDB) disse que as contratações de familiares dos parlamentares não caracterizavam nepotismo cruzado. "Parente de algum vereador agora está impedido de exercer uma função pública ou ter algum cargo de confiança na minha administração?", questionou Richa.

O governador Roberto Requião (PMDB), o vice-governador, Orlando Pessuti (PMDB), e os secretários de estado não são os únicos a empregar parentes no Executivo estadual. Deputados estaduais e federais da base de sustentação do governo do Paraná também têm familiares empregados em cargos comissionados (de indicação política) no governo paranaense – prática conhecida como nepotismo cruzado, quando parentes de políticos de um dos poderes são contratados para trabalhar no outro.

A constatação de que os deputados e o governo praticam o nepotismo cruzado foi feita pela Gazeta do Povo com base na lista de funcionários em comissão divulgada pelo próprio governo Requião, no último dia 21. De acordo com o levantamento da reportagem, o campeão de parentes empregados no governo do estado é o deputado estadual e ex-chefe da Casa Civil Caíto Quintana (PMDB). Ele, que sempre esteve ao lado do governador e exerceu o cargo de chefe da Casa Civil por duas vezes, tem dois irmãos (Odoni e Aílton) e uma irmã (Maristela) com cargos no governo. Caíto diz que todos são capacitados e conhecem as áreas onde atuam.

Outras lideranças importantes dentro do partido também têm familiares em funções comissionadas no Executivo. O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), tem a filha, Juliana, empregada na Casa Civil. Ela, no entanto, está cedida para a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), órgão que o pai presidiu na gestão anterior de Requião.

Romanelli não gostou de ser questionado sobre uma possível indicação da filha para trabalhar no governo. "Vá investigar", afirmou ao ser perguntado onde Juliana estava atuando. O deputado disse apenas que não via problemas em ela ter cargo no estado.

A reportagem foi investigar, como sugeriu Romanelli. Em um primeiro telefonema, para a assessoria de imprensa da Cohapar, obteve a resposta de que Juliana já não mais estava cedida à Companhia de Habitação. Porém, em uma segunda tentativa, o setor de desenvolvimento social da Cohapar informou que a filha do parlamentar trabalhava naquele departamento, mas que, durante a semana que passou, ela não tinha "aparecido".

O deputado estadual Antônio Anibelli, ex-líder do PMDB no Legislativo paranaense, também tem um filho empregado no governo, Antônio Anibelli Neto, que trabalha na Secretaria dos Transportes. O pai-deputado não vê problema na nomeação. "É uma oportunidade de trabalho. É melhor do que ser bandido e ladrão."

Os deputados federais Max Rosenmann (PMDB) e Hidekazu Takayama (PSC) também têm filhos com cargos em comissão no Executivo estadual. O primeiro tem o filho, Paulo, empregado no Instituto de Pesos e Medidas (Ipem). E o segundo, tem uma filha, Patrícia, na Secretaria da Saúde. A Gazeta do Povo tentou contato com Rosenmann. Mas ele não foi encontrado. O escritório político dele em Curitiba, porém, confirmou o parentesco. Já Takayama estava em viagem aos Estados Unidos e não pôde falar sobre o assunto.

A reportagem tentou também falar com o deputado estadual Carlos Simões (PTB). A irmã dele tem cargo na Casa Civil, mas está cedida à Sanepar. O parlamentar não foi encontrado no gabinete dele na Assembléia. Mas funcionários do deputado confirmaram que Lúcia Xavier Simões é irmã do deputado.

Já o deputado estadual Péricles Holleben Mello, do PT – outro partido aliado do governador , tem uma irmã na administração Requião. Carmencita trabalha na Secretaria da Educação. Para Péricles, nepotismo tem um "conteúdo subjetivo" e para tudo tem de haver um limite. "Não dá para universalizar. É perigoso. A minha irmã tem uma história, é competente e tem um currículo. É formada em Pedagogia e História. E possui mestrado e doutorado."

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