Integrantes do governo e da oposição que fazem parte da CPI dos Sanguessugas podem fazer um acordo na sessão administrativa desta terça-feira para evitar a convocação dos ex-ministros da Saúde Humberto Costa e José Serra durante a campanha eleitoral. A idéia é aprovar, entre os 130 requerimentos pendentes para serem votados na comissão, os que podem servir para adiantar as investigações e promover uma espécie de trégua na reta final da campanha. O petista é candidato ao governo de Pernambuco e o tucano, ao de São Paulo.
Líder da minoria na Câmara e integrante da CPI, José Carlos Aleluia (PFL-BA) deve tratar do assunto com o presidente da CPI, o petista Antônio Carlos Biscaia (RJ), que é favorável à proposta, mas pretende ouvir os outros integrantes da comissão sobre o assunto. Biscaia defende que, retirados estes requerimentos que podem ter repercussão política, sejam aprovadas todas as outras solicitações e marcadas as audiências para o começo de outubro, depois do primeiro turno das eleições. Aleluia concorda:
- Tirar tudo o que possa ser usado no processo eleitoral e aprovar tudo que ajude nas investigações. Trazer Costa ou Serra aqui agora seria eleitoral - disse o pefelista.
Biscaia espera conseguir realizar a reunião administrativa da comissão, que já foi marcada duas vezes, mas não ocorreu por falta de quórum. São 130 requerimentos que pedem que sejam ouvidos depoimentos na CPI; quebras de sigilos fiscais, bancários e telefônicos; e solicitam documentos que possam ajudar nas investigações.
Entre as pessoas que devem ser ouvidas e ter o seu sigilo quebrado, Biscaia citou aqueles que foram apontados pelo empresário Luiz Antônio Vedoin como intermediários entre a Planam e os deputados que apresentaram emendas ao orçamento para favorecer o esquema de venda de ambulâncias superfaturadas. Biscaia comentou ainda os rumores de que peemedebistas que integram a CPI estariam sofrendo pressões do senador Ney Suassuna (PB), ex-líder do partido, que responde a processo no Conselho de Ética.
- Se ele tem o que falar, que fale - afirmou Biscaia.
O presidente da CPI criticou ainda a conduta de Vedoin. Para ele, o empresário está se aproveitando das férias do juiz federal Jefferson Schneider, titular da 2ª Vara Criminal da Justiça Federal de Mato Grosso, para fazer o que classificou de denúncias "a conta-gotas". O empresário, que presta depoimento nesta terça no Conselho de Ética do Senado, deve ser chamado à CPI para prestar novos esclarecimentos:
- Vou solicitar que ele compareça na CPI - disse o deputado.
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