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O governo federal vai adotar na CPI mista da Petrobras no Congresso a estratégia de blindar a presidente Dilma Rousseff (PT) e centralizar as investigações em assuntos que desgastam a oposição. O modelo será o mesmo aplicado na CPI exclusiva do Senado, controlada integralmente por governistas, que tem como foco irregularidades nas gestões do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB).

Por orientação do Palácio do Planalto, os aliados da presidente vão tentar manter em funcionamento as ­­duas CPIs simultaneamente. A CPI do Senado vai acelerar depoimentos e convocações com o objetivo de esvaziá-los quando ocorrerem na comissão mista, com deputados e senadores, e onde a oposição aposta suas fichas para constranger o governo.

O PT prometeu indicar os integrantes da CPI mista na terça-feira (20). A primeira reunião deve ocorrer apenas no dia 27 de maio, quando a CPI exclusiva do Senado já terá ouvido Graça Foster, presidente da Petrobras, e o ex-presidente da estatal Sérgio Gabrielli, além de outras autoridades que já tiveram depoimentos aprovados.

DEM e PSDB boicotaram as investigações da CPI exclusiva do Senado porque defendem que elas ocorram apenas na comissão mista, onde terão 8 de 32 cadeiras. Mesmo com o número expressivo de governistas, capaz de barrar convocações e temas que desagradam o governo, os oposicionistas afirmam que terão mais espaço para discursos e ataques à gestão do PT sobre a estatal.

Fornecedoras da Petrobras doaram para 4 senadores da comissão

Agência Estado

Um terço dos 12 titulares da CPI da Petrobras do Senado indicados até agora recebeu dinheiro de fornecedoras da estatal nas eleições de 2010, segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo. O relator da comissão, José Pimentel (PT-CE), está entre eles. Ele recebeu R$ 1 milhão da Camargo Corrêa, empreiteira que lidera o consórcio responsável por obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, alvo de suspeitas. Outros três titulares da comissão também receberam doações: Humberto Costa (PT-PE), Ciro Nogueira (PP-PI) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Conforme revelou o jornal em abril, os fornecedores da Petrobras respondem por 30% das doações nos pleitos de 2010 e 2012 aos postulantes à Presidência e ao Congresso Nacional. Isso não implica que a estatal tenha direcionado as doações ou que haja ilegalidade, mas revela o potencial de alcance político e econômico da estatal, segundo o jornal. Senadores que receberam contribuições financeiras garantiram que isso não vai interferir em suas atuações na CPI e que as doações registradas em 2010 foram feitas dentro da lei.

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