Fracassou na manhã desta terça-feira (24) a última tentativa de negociar pontos do Código Florestal. O governo decidiu rejeitar na íntegra o relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG) e tentar aprovar o texto do Senado no plenário da Câmara.

CARREGANDO :)

Uma reunião entre ministros e líderes da base aliada, marcada para tentar ajustar o texto do relator, foi cancelada. O próprio Piau havia se disposto a rever sua alteração no polêmico artigo 62, que retirou a previsão de recomposição de APPs (áreas de preservação permanente) em margem de rio. No governo, porém, prevaleceu a visão da ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) de que o texto cede demais aos ruralistas em vários pontos e deve ser rechaçado em favor da proposta dos senadores.

Fontes do governo disseram nesta terça-feira (24) numa reunião no Palácio do Planalto que é possível ganhar no voto, explorando as divisões dentro da própria bancada ruralista. O PT, orientado pelo Planalto, não vai obstruir a votação, que pode começar ainda hoje.

Publicidade

A presidente Dilma Rousseff, no entanto, continua achando que as flexibilizações que o texto do Senado já faz à pequena agricultura -como o "gatilho" que impede que produtores na maior parte do país tenham mais de 20% de sua área coberta com vegetação nativa, seja APP ou reserva legal- não bastam.

Se a Câmara aprovar a proposta do Senado, essa questão terá de ser equacionada depois, ainda não se sabe por que instrumento (se decretos presidenciais ou medida provisória).

Caso o governo perca e o texto de Piau seja aprovado, Dilma deve vetá-lo na íntegra. O decreto que suspende as multas aos produtores que não estejam em conformidade com o código seria prorrogado pelo menos até depois da Rio +20. Na prática, isso significaria deixar para 2013 a decisão sobre o Código Florestal, já que a conferência da ONU acaba dia 22 de junho e o segundo semestre terá o Congresso esvaziado por conta das eleições municipais.

Veja também
  • Votação do Código Florestal será hoje, diz Chinaglia
  • Impasse sobre Código Florestal continua, diz ministro
  • Relator já admite mudanças no Código Florestal
  • Código Florestal coloca Câmara em pé de guerra