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O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), afirmou nesta segunda-feira (23) que o Palácio do Planalto vai “cortar na própria carne”, reduzindo o custeio da máquina pública. O petista não deu detalhes da economia em discussão pela equipe da presidente Dilma Rousseff, mas garantiu que os investimentos sociais serão preservados.

Segundo ele, a natureza da tesourada ainda está em análise porque o orçamento de 2015 só foi aprovado na semana passada por deputados e senadores.

Desde que começou a negociar o ajuste fiscal enviado ao Congresso com mudanças nas legislações trabalhistas e previdenciárias, o governo tem sido pressionado por aliados, especialmente o PMDB, para anunciar a redução da máquina do governo. A medida é exigida por aliados como contrapartida para apoio ao pacote fiscal, que deve economizar R$ 18 bilhões neste ano. A oposição também ataca o governo por falta de economia no custeio. “Todo mundo fica falando para cortamos gastos, e vamos [cortar]. O governo vai cortar na própria carne”, disse.

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A avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff atingiu em março deste ano o segundo pior nível histórico, de acordo com a pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira (23). No total, 64,8% dos entrevistados consideram o governo ruim ou péssimo, contra 10,8% que o avaliam como ótimo ou bom. O pior índice registrado pela pesquisa foi em setembro de 1999, no 2º mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB): apenas 8% avaliaram o governo como ótimo ou bom, contra 65% que fizeram uma análise negativa.

Guimarães criticou a posição do PMDB de defender a redução do número de ministérios. Nesta terça (24), os peemedebistas se mobilizam para votar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) uma proposta para mudar a constituição e limitar em até 20 o número de pastas. “Quem vai perder? Quem vai topar sair? Acho que temos que discutir bem. Isso não é a centralidade, temos que discutir as medidas do ajuste”, afirmou.

O líder do governo sustentou ainda que o Planalto é contra a proposta, patrocinada também pelo PMDB, que estende a política de valorização do salário mínimo para os aposentados e pensionistas que ganham mais que o mínimo. Segundo o líder, a medida teria um impacto de pelo menos R$ 2,4 bilhões.

Ele afirmou que o Planalto vai convencer a base a não aderir a essa proposta e cobrou responsabilidade dos congressistas. O petista disse ainda que o governo não vai apresentar nenhuma contraproposta. “Quem vai bancar a conta ?”, questionou.

Atualmente, a aposentadoria de quem ganha acima do mínimo é reajustada com base só na inflação do ano anterior.

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