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O governador Claudio Lembo (PFL) voltou a negar que tenha sido feito um acordo com o crime organizado para por fim aos ataques e às rebeliões em presídios em todo o estado de São Paulo.Nesta segunda-feira, em apenas quatro horas, foram encerradas rebeliões em 25 presídios. Os ataques praticamente cessaram nesta madrugada.

- Ontem foi um dia muito difícil. São Paulo não aceita o crime e não houve diálogo com as lideranças para qualquer acordo - afirmou Lembo, reiterando que a situação foi controlada pela polícia.

A onda de terror começou na última sexta-feira, quando o detento Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado pela polícia como líder da quadrilha, foi levado à sede do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) para depor. No sábado, foi anunciada sua transferência para a penitenciária de segurança máxima de presidente Bernardes.

Em entrevista à Reuters, o advogado Anselmo Neves Maia, que defende integrantes da facção criminosa e se diz amigo de Marcola, afirmou que o governo não iria controlar a situação apenas com uso de força policial. O governo do estado confirma que houve uma reunião do criminoso com uma advogada, mas afirmou que desconhece o teor da conversa.

Ontem, terceiro dia da onda de terror imposta pelos criminosos, 59 ônibus foram incendiados apenas na capital paulista. Os atentados somaram, desde sexta-feira, 184, com a morte de 43 policiais civis e militares e agentes penitenciários. Incluindo os suspeitos mortos pela polícia, o número chega a 92.

A cúpula da polícia paulista está reunida no Palácio dos Bandeirantes para discutir o terror imposto pelo crime organizado. Entre os participantes estão Godofredo Bittencourt, diretor do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), e Antonio Martins Fontes, responsável pelas delegacias da capital.

Nesta segunda-feira, a polícia paulista anunciou a criação de um grupo especial, em parceria com o Ministério Público, para rastrear os ataques. O coronel Elizeu Eclair Ferreira Borges, comandante-geral da Polícia Militar, informou que 141 viaturas da Rota sairiam às ruas nesta madrugada.

No início da manhã, o total de suspeitos mortos em confrontos pela polícia chegou a 19, dos quais 14 teriam ligações diretas com os ataques terroristas dos últimos dias. Segundo a polícia, são 101 presos até agora, 10 apenas nesta madrugada.

O número de mortes entre sexta-feira e a manhã desta terça chega a 91, dos quais 43 são policiais. Nas ruas, viaturas policiais fazem batidas e param carros para vistoria.

A Guarda Municipal fez a segurança dos 24 terminais de ônibus da capital paulista e a Polícia Militar ficou de prontidão nos principais corredores. Algumas linhas atrasaram o início da operação, mas todas operam normalmente.

Lembo garantiu que não pretende trocar os secretários de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, e Nagashi Furukawa, de Administração Penitenciária. Os dois secretários são da equipe montada pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), agora candidato a presidente da República.

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