Diálogos interceptados pela Polícia Federal revelam a interferência de Fernando Sarney, filho mais velho de José Sarney, nos compromissos do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), segundo o jornal "Folha de S.Paulo" informou neste domingo (11).
As escutas, obtidas com autorização da Justiça, mostram que Fernando e Silas Rondeau, aliado de Sarney que antecedeu Lobão no ministério, agendam e desmarcam reuniões de Lobão, discutem contratos que depois seriam assinados pelo governo, orientam o ministro sobre o que conversar com empresários e dão indicações de nomes para cargos.
Os grampos fazem parte da Operação Boi Barrica (rebatizada de Faltor). As conversas, segundo a PF, configuram "tráfico de influência", crime de pedir ou conseguir vantagem para influir em órgão público. A pena pode chegar a cinco anos de prisão. Após as investigações dessa operação, Fernando foi indiciado sob a acusação de crime de quadrilha, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e gestão de instituição financeira irregular.
Outro lado
De acordo com o jornal, Lobão negou que José Sarney, por meio de Fernando e Rondeau, tenha influência sobre as questões do ministério. Ele afirmou que Fernando pode solicitar audiências, mas não as marca nem desmarca. Lobão confirmou que recebeu empresários a pedido de Rondeau, mas nega interferência em sua agenda.
Fernando Sarney não quis se pronunciar por se tratar de investigação que corre em segredo de Justiça, conforme o jornal. Silas Rondeau, por sua vez, negou o tráfico de influência e disse que, se precisa de alguma coisa do ministério, faz isso pelos trâmites legais.
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