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Iniciativas federais

As medidas tomadas pelo governo federal nesta semana mostram que é pequeno o espaço para negociações na greve dos servidores públicos federal, que conta com a adesão de mais de 350 mil funcionários em todo o país. Veja algumas das medidas "polêmicas" da presidente Dilma:

Decreto: publicado no dia 25, o texto possibilita que ministérios deleguem suas funções para funcionários das esferas estadual e municipal. Na prática, esses funcionários fariam o trabalho dos grevistas, amenizando as consequências da greve. Para os servidores federais que aderiram a greve, essa é uma forma de desarmar as paralisações.

Corte do ponto: o contracheque dos grevistas mostrou corte de ponto de 12 dias referentes a junho. Para o governo, o corte é direito e dever do estado. Uma liminar da Justiça, entretanto, já suspendeu a decisão para os funcionários lotados no Distrito Federal. A redução salarial deve ser renegociada após o reajuste ser aceito pelas categorias.

Cronograma de negociação: a ministra do Planejamento, Miriam Belchior reafirmou que o cronograma continuará o mesmo. Segundo ela, os sindicatos que representam os grevistas tinha conhecimento que as propostas de reajuste só seriam apresentadas no final deste mês ou início de agosto. Miriam afirma que fora o caso dos professores universitários e dos institutos federais, as demais categorias terão de esperar a conclusão das contas do orçamento para receberem propostas.

O Sindicato Nacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) promete endurecer o movimento de greve no instituto. O movimento já dura mais de 30 dias e prejudicou nesta semana a divulgação dos dados sobre emprego do país. Sem as informações do Rio de Janeiro, a taxa nacional não foi divulgada.

Essa foi a primeira vez, desde janeiro de 1980, início da série histórica do levantamento, que a pesquisa mensal de emprego teve sua divulgação interrompida. A falha prejudicou análises dos bancos e de consultorias, que tiveram de recalcular projeções.

A greve começou no dia 18 de junho e já atinge 24 núcleos do IBGE. De acordo com o sindicato, 70% dos funcionários efetivos do instituto (são mais de oito mil) estão parados. O sindicato destacou ainda que novos indicadores do instituto podem atrasar se as reivindicações não forem atendidas pelo governo.

"Os reflexos da greve estão sendo sentidos agora porque os dados que estavam sendo divulgados já tinham sido processados antes do início da movimento", disse Edis Evandro, representante do Sindicado Nacional do instituto.

De acordo com o sindicato, o núcleo do Rio de Janeiro é o que mais aderiu ao movimento até agora. "Novos indicadores vão atrasar se a greve permanecer", disse Evis, que também é pesquisador da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e está participando do movimento de greve das universidades federais.

O presidente em exercício do IBGE, Nuno Bittencourt, não deu garantias de que outras pesquisas não serão prejudicadas pela greve. "Sinceramente, espero que a greve acabe", afirmou.

Pauta

O sindicato tem 16 pontos de reivindicação, entre eles o aumento de 20% no salário e realização de concursos, que não acontecem há seis anos. Os grevistas também pedem melhores condições para os agentes de campo temporários. Eles trabalham na coleta de dados nas ruas como os efetivos, mas não recebem os mesmos benefícios.

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