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Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo lidera grupo contrário à união com o PMDB. | José Cruz /Agência Brasil
Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo lidera grupo contrário à união com o PMDB.| Foto: José Cruz /Agência Brasil

Uma proposta de resolução política assinada pela corrente Mensagem ao Partido, segunda maior força política do PT, propõe a revisão da política de alianças para as eleições municipais do ano que vem e para a disputa presidencial de 2018, sugerindo o casamento com os parceiros “históricos”, mais à esquerda. Intitulado “Mudar o PT para continuar mudando o Brasil”, o documento também critica o ajuste fiscal e diz que as alterações no modelo adotado pelo governo Dilma Rousseff causam “preocupação” porque impõem “políticas de caráter recessivo, que provocarão desaceleração econômica e desemprego”. A Mensagem é ligada ao ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Assinado pela Mensagem e por pedaços de outras correntes, como Movimento PT e Militância Socialista, o documento é uma tentativa de influenciar os rumos do 5.º Congresso do partido, em Salvador, assumindo posição mais crítica em relação aos problemas da sigla e do governo. O encontro de Salvador será aberto na noite desta quinta-feira (11) pela presidente Dilma Rousseff e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Embora o documento não cite explicitamente o PMDB, é disso que se trata. A Mensagem avalia que boa parte dos problemas enfrentados pelo PT na seara política pode ser debitado na conta do fisiologismo e da falta de identidade programática na aliança que elegeu Lula e Dilma.

“(...) Nem tudo saiu como queríamos. Exemplo bastante contundente é o caso da própria Petrobrás. Hoje, a partir de fatos graves envolvendo a empresa,somos atingidos como governo e como partido”, diz um trecho do documento, obtido pelo Estado. “O PT foi, gradual e aceleradamente, perdendo a capacidade de formular e de pautar, por si mesmo, o debate nacional, a disputa política e ideológica na sociedade. A ponto de ser comum a cobrança da militância frente à nossa incapacidade de interferir nos rumos de nossos governos.”

O grupo de Tarso e Cardozo defende, ainda, um “sistema compartilhado” das finanças do PT por parte dos diretórios do partido e cobra que as informações “permaneçam disponíveis” online. Nesta sexta-feira, o PT lançará no encontro de Salvador uma campanha nacional de arrecadação de recursos pela internet.

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